Empate acalma, mas Flamengo projeta ‘jogo do semestre’ com futuro de Abel incerto

Abel Braga gesticula para orientar jogadores do Flamengo, durante o clássico contra o Vasco (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Como disse Abel Braga ainda no Morumbi, o torcedor do Flamengo é soberano. A rejeição ao técnico não sofreu mudanças após o empate do time reserva diante do São Paulo, em 1 a 1, mas promoveu mínima calma. Com respaldo da diretoria para seguir o trabalho até o jogo de quarta-feira, contra o Peñarol, que vale vaga nas oitavas de final da Libertadores, o técnico comentou sobre a pressão por sua demissão do cargo

— Torcedor é soberano. Pode ser a vontade dele, de uma maioria, de uma minoria, como tem a vontade da direção, como tem a minha vontade. Mas o Flamengo tem que ser dirigido de dentro para fora — disse Abel.

Leia também:

O técnico foi alvo de elogios indiretos do vice de futebol, Marcos Braz, que enfim se pronunciou.

— Em relação ao trabalho do Abel, eu tenho certeza absoluta de que, dando tudo certo em Montevidéu, as coisas vão se acalmar — disse o dirigente, que não bancou a permanência em caso de eliminação.

— É isso, ter tranquilidade, vida que segue e ir para Montevidéu. Vai ser um jogo de quem quer ganhar Libertadores, independentemente de ter deixado chegar nessa situação, tem que passar por obstáculos como esse — frisou Braz, que já discute opções a Abel com outros membros da direção.

Por enquanto, a cúpula entende que Abel em o grupo na mão e pode evoluir se conseguir a classificação.

O treinador se mostrou sereno ao projetar o duelo no Uruguai, classificado como “jogo do semestre”. Abel disse que o Flamengo manterá a postura, embora precise de ao menos um empate para seguir adiante.

— Essa nuvem nunca vai se dissipar toda até o ano que se ganhar a Libertadores de novo. É uma obsessão. Mas esse grupo merece a classificação. Vai ser algo muito positivo para nós. Tudo está dentro da normalidade até agora. Somos líderes do grupo. Queremos coroar esse momento — emendou o técnico.

Em campo, contra o São Paulo, o Flamengo abriu o placar com Berrío, aos sete minutos, após bom lançamento de Diego e tabela com Hugo Moura. Após o gol, o time se encolheu, segurou bem o São Paulo, mas cedeu o empate no fim.

Tchê Tchê aproveitou rebote de linda defesa de César e deixou tudo igual. O Flamengo teve pênalti não marcado por Ricardo Marques, sem o árbitro de vídeo pedir para rever o lance.

A tragetória de Berrío no Flamengo tem sido marcada por fortes emoções. Na volta como titular diante do São Paulo, o atacante saiu de campo substituído após um choque na cabeça. O Flamengo informou que ele “sofreu um trauma no queixo, fez o movimento de chicote na coluna cervical e perdeu a consciência por poucos segundos, retomando prontamente”.

Berrío foi reavaliado no intervalo e e após a partida, e o clube indicou que o atleta respondeu positivamente e não haverá necessidade de realizar novos exames.

Como o colombiano sinalizou aos médicos que estava se sentindo bem, deve ser relacionado para o jogo contra o Peñarol, quarta-feira.

O protocolo da Fifa determina que jogadores que tenham experimentado algum tipo de concussão fiquem ao menos 48 horas sob observação. Essa determinação fez com que o Flamengo tirasse Rodrigo Caio do duelo com o Internacional após o choque com Dedé, na vitória (3 a 1) sobre o Cruzeiro, quatro dias antes.

O zagueiro retorna contra o Peñarol, após não atuar também contra o São Paulo. O Flamengo aguarda a recuperação do atacante Vitinho e do goleiro Diego Alves. Fora da partida do Brasileiro, os titulares viram os suplentes chamarem a atenção de Abel. Segundo o técnico, o empate com o São Paulo deve ser visto pelo lado bom, já que o time reserva quase venceu e apresentou bons valores para a sequência.

— Temos mais opção que pensávamos. Mesmo com jogadores sem ritmo, sair com um empate com o São Paulo não é mau resultado — emendou o técnico, que elogiou os três volantes (Piris, Ronaldo e Hugo), os zagueiros Thulher e Dantas, e o atacante Lincoln.

Retirado de: Extra