Reforços, renovações, novas competições, patrocínios… Confira uma projeção para a próxima temporada do Flamengo

Segundo melhor time do mundo em 2019, Rubro-Negro termina o ano em alta e com grandes expectativas para a próxima temporada, mas também com definições para serem feitas logo

Rodolfo Landim durante entrevista coletiva na Gávea (Foto: Agência Foto BR)

Após a derrota na prorrogação por 1 a 0 para o Liverpool, da Inglaterra, na final do Mundial de Clubes, o discurso no Flamengo foi de orgulho por ter sido o segundo melhor time do mundo em 2019. Porém, com gostinho de “quero mais” e o desejo de voltar ao Catar no ano que vem.

Mas o que esperar do Rubro-Negro em 2020? Buscando a hegemonia sul-americana, o clube colocará à prova o seu novo “patamar”.

Manutenção do elenco

Eleito o 2º melhor jogador do Mundial, Bruno Henrique se valorizou em 2019 (Foto: REUTERS/Ibraheem Al Omari)

Após viver a sua melhor temporada desde 1981, o Flamengo terminou o ano com jogadores valorizados, como Bruno Henrique, Gerson e Rodrigo Caio. Mas a diretoria aposta em salários altos e contratos longos para não sofrer desmanche e conseguir manter a espinha dorsal vencedora. Depois de Everton Ribeiro assinar sua renovação, Diego Alves e Arão devem ser os próximos a ampliarem os vínculos.

Quem deve sair são alguns reservas e garotos recém-promovidos da base. Em fim de contrato, Rhodolfo, não foi procurado para renovar, enquanto Rodinei negocia com o Internacional. Contratado do Bangu, João Lucas deve ser emprestado, assim como outros jovens do plantel como Rafael Santos, Dantas, Hugo Moura, Pepê e Vitor Gabriel.

Jesus e Gabigol

Gabigol e Jesus são indefinições a serem resolvidas o quanto antes para 2020 (Foto: Vinícius Costa/BP Filmes)

Do time titular, a única permanência ainda incerta é a de Gabigol. O artilheiro do Brasil em 2019 com 43 gols está emprestado pela Inter de Milão só até o fim do mês, mas o Flamengo já tem um acordo com os italianos para comprar 80% dos direitos econômicos do atacante por 16 milhões de euros. Falta o jogador, que estava esperando o fim do Mundial de clubes, aceitar a proposta rubro-negra.

Outra definição a ser feita é com Jorge Jesus. O contrato do técnico vai até maio, mas existe uma cláusula que permite encerrá-lo no final do ano. A diretoria quer ampliar o vínculo no mínimo até o fim da próxima temporada. A tendência é de permanência, embora ele não esconda o sonho dirigir uma equipe na Europa que lhe dê a chance de brigar por grandes títulos. Até agora, a oportunidade não apareceu.

Reforços

Gustavo Henrique já está acertado para reforçar a defesa rubro-negra (Foto: Ricardo Moreira/Estadão Conteúdo)

Embora ainda precise pagar em 2020 parcelas de contratações, o Flamengo seguirá forte no mercado. A previsão orçamentária é de R$ 138 milhões para compras. O atacante Pedro Rocha e o zagueiro Gustavo Henrique são os primeiros nomes acertados, apesar de ainda não terem sido anunciados. A diretoria ainda busca um centroavante, pedido antigo de Jesus, e peças pontuais para suprir possíveis saídas.

O jornalista inglês Tim Vickery, correspondente no Brasil, acredita que o Flamengo pode começar a brigar por jogadores com clubes europeus. Em 2019, o Rubro-Negro já foi à Inglaterra buscar o zagueiro espanhol Pablo Marí no Manchester City e esteve muito próximo de contratar o astro italiano Mario Balotelli, só que o atacante acabou decidindo continuar na Itália. Mas ele ainda vê empecilhos:

– Acho que, com a visibilidade que está tendo, aumentam as possibilidades de brigar por contratações, competindo com grandes times do mundo. Mas obviamente tem o calendário. Vamos supor, para um europeu seria um sonho interessante, mas se ele pesquisar um pouco mais vai ver que na Europa em fevereiro estará jogando com grandes times em estádios cheios, e aqui estará jogando o Carioca.

— O estadual é um grande empecilho. Tem ainda outros fatores, como número de jogos, viagens, chance de ser atacado por torcida em aeroporto… Ainda tem esse contexto do futebol brasileiro que joga um pouco contra. Mas se tem uma possibilidade de ter um verdadeiro super clube fora da Europa, o Flamengo está na “pole position” – opinou.

Mais competições

Taça da Recopa Sul-americana que o Flamengo vai disputar em 2020 (Foto: Tayrane Corrêa)

O calendário de 2020 reserva dois novos torneios para o Flamengo disputar: a Supercopa do Brasil contra o Athletico-PR – disputa em jogo único entre os atuais campeões do Brasileiro e da Copa do Brasil –; e a Recopa Sul-Americana diante do Independiente del Valle, do Equador – decisão em ida e volta entre os atuais vencedores da Libertadores e da Copa Sul-Americana. As datas ainda serão definidas.

Além disso, o Flamengo terá pelo menos mais quatro competições, três delas onde defenderá o título: Campeonato Carioca, Brasileiro e Libertadores. Incluindo ainda a Copa do Brasil, o Rubro-Negro já tem seis competições agendadas no calendário de 2020, podendo chegar a sete caso volte ao Mundial de Clubes no Catar em dezembro do ano que vem.

Patrocínios, royalties…

Flamengo tem mais um ano de contrato com a “BS2”. Multa rescisória é de R$ 2 milhões (Foto: Arquivo pessoal)

A visibilidade do Flamengo aumentou a nível internacional, e o clube espera lucrar mais com isso. Além da venda da transmissão dos jogos para outros países (o que foi comum em 2019 em Portugal), o Rubro-Negro planeja elevar os ganhos com patrocínios e royalties. O faturamento da área esse ano foi de R$ 89,3 milhões, e o orçamento de 2020 prevê aumento para R$ 108,7 milhões.

– Estamos recebendo propostas cada vez maiores de patrocínio – garantiu o presidente Rodolfo Landim ao Globo Esporte no Catar.

O Flamengo fechou o ano com um faturamento recorde na história do futebol brasileiro: R$ 857 milhões, segundo estimativa apresentada pelo clube semana passada. Só com os títulos conquistados, foram cerca de R$ 150 milhões, embora parte do valor tenha sido repartido com os jogadores em forma de premiação. Para 2020, a previsão de receita bruta é menor, mas ainda alta: R$ 726 milhões.

— Há vários sinais de que o Flamengo em 2020 vai ser menos avassalador, mas poderá consolidar o que começou em 2019. O time cresceu muito, chegou a um patamar que os outros não conseguem chegar perto, mas agora precisa se manter lá em termos financeiros. Se deve ganhar menos com jogadores, a tendência é de arrecadar mais com patrocínios e outras receitas – apontou Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do esporte.

Retirado de: Globo Esporte