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Apenas 2 clubes são favoráveis à paralisação do futebol no Brasil

Apenas 2 dos 40 clubes envolvidos nas séries A e B do Campeonato Brasileiro são favoráveis à paralisação do calendário de futebol no país, neste momento em que a pandemia de Covid-19 avança e deixa o sistema de saúde em colapso.

Em enquete feita pela Folha, a Chapecoense, agora de volta à elite, e o Brasil de Pelotas, da segunda divisão do Nacional, foram os únicos a se posicionar a favor de uma suspensão total dos jogos neste início de temporada.

“Não há ambiente, no momento, para ocorrerem partidas de futebol. Por exemplo, em caso de qualquer emergência médica durante o período do jogo, nenhum atendimento poderá ser assegurado”, disse, em nota, a equipe de Chapecó, que frisou a situação de Santa Catarina.

Com hospitais lotados e fila de espera por leitos de UTI, o estado precisou transferir pacientes para o Espírito Santo —por conta desse cenário, o Catarinense está suspenso ao menos até o próximo dia 21. O Rio Grande do Sul, do Brasil de Pelotas, vive crise parecida.

Situada na região oeste catarinense, com quadro mais grave no estado, a Chape ainda vive o luto da morte de Paulo Ricardo Magro, 59, então presidente do clube, ocorrida em dezembro do ano passado, por complicações decorrentes da Covid-19.

Em oposição a ela, 18 clubes afirmaram ser contrários à paralisação total neste momento. Outros 16 preferiram não se posicionar e 4 não responderam ao questionamento da reportagem.

São contrários à suspensão: América-MG, Atlético-GO, Ceará, Fortaleza, Internacional, Juventude, Avaí, Brusque, Confiança, CSA, Goiás, Guarani, Londrina, Operário-PR, Remo, Sampaio Corrêa, Vila Nova e Vitória.

Ao contextualizar esse posicionamento, a maior parte deles lamentou o avanço da pandemia, mas ponderou que, na sua avaliação, o futebol tem se mostrado o mais seguro entre diversos setores da economia, com testagem contínua dos atletas e dos demais funcionários envolvidos nos jogos.

“Foram mais de 2.500 partidas realizadas pela CBF no ano passado, sem maiores problemas”, justificou o Fortaleza, em sintonia com Atlético-GO, Avaí, Brusque, Confiança, CSA, Londrina, Vila Nova e Vitória, além de seu arquirrival, o Ceará. “Cumprindo o protocolo que já vivenciamos em viagens, hotéis e estádios, não há necessidade de paralisação”, disse Eduardo Arruda, diretor de futebol alvinegro.

Atlético-GO, Guarani, Londrina e Operário-PR acrescentaram que os clubes, já sob dificuldade financeira, não suportariam novo baque nas receitas, hoje dependentes dos direitos televisivos. O Confiança ainda ponderou que os jogos, enquanto atrativo para torcedores, favorecem o isolamento social.

O Inter, por sua vez, disse que, apesar de discordar de uma suspensão total, reconhece que uma eventual decisão caberá às autoridades sanitárias e entidades que organizam o futebol, no caso a CBF e as federações estaduais, e que irá acatar o que for proposto.

A posição colorada foi partilhada pelo América-MG, do técnico Lisca, que trouxe à tona, em entrevista à beira do campo na semana passada, a discussão sobre paralisar as competições, às vésperas do início da Copa do Brasil, que envolverá longos deslocamentos e equipes menores, sem tanta estrutura de prevenção.

Àquela altura, o presidente do Santos, Andrés Rueda, sugeriu, em entrevista à Folha, a suspensão do futebol. Já Renato Gaúcho e Romildo Bolzan Jr., técnico e presidente do Grêmio, respectivamente, mostraram contrariedade a uma pausa.

Os 16 clubes que responderam à enquete da Folha dizendo que preferem não opinar são: Athletico, Bahia, Botafogo, Corinthians, Coritiba, CRB, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco.

“Não cabe a nós decidir ou não qual caminho seguir”, escreveu o time de Bragança Paulista (SP), em consonância com Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Palmeiras, Ponte e São Paulo, que destacaram acatar o que for determinado.

Botafogo, Fluminense e Vasco reforçaram preocupação com a pandemia e fizeram menção a comunicados recentes em que manifestaram contrariedade à volta do público aos estádios. Já o Flamengo disse cumprir as medidas legais.

Os demais quatro clubes das séries A e B, Atlético-MG, Grêmio, Náutico e Sport, não responderam ao contato da Folha.

Em sua enquete, a reportagem também perguntou a cada clube se ele era favorável a uma pausa parcial na qual fossem mantidos os estaduais, mas suspensas as demais competições, que exigem maior deslocamento, como torneios regionais, nacionais e continentais.

Neste segundo caso, se mostraram favoráveis apenas outros dois times gaúchos, o Inter e o Juventude, além do Goiás.

“Entendemos que grandes deslocamentos e circulação em aeroportos são elementos que podem dificultar o controle que temos quanto à exposição dos envolvidos ao vírus”, pontuou o Juventude, com estreia na Copa do Brasil prevista para a próxima terça (16).

O Goiás, por sua vez, se mostrou favorável à paralisação parcial não por razões sanitárias, mas para evitar desequilíbrio esportivo em torneios de caráter nacional, para os quais times sem jogos em seus respectivos Estaduais teriam um maior período para se preparar.

As equipes das divisões de elite do futebol brasileiro também foram questionadas se consideram o ambiente no qual estão inseridas seguro contra o novo coronavírus. Somente Brasil de Pelotas e Operário-PR afirmaram que não.​​

Os paranaenses, que também tiveram seu Estadual suspenso, fizeram, no entanto, uma ponderação: não consideram o futebol totalmente seguro assim como qualquer outro ambiente. Acrescentaram ainda que, em todo caso, os clubes tentam minimizar o risco cumprindo os protocolos de saúde.

Já o Guarani, apesar de considerar seguro, relembrou que ele próprio protagonizou um surto da doença na reta final da Série B, quando teve sua delegação reduzida a 13 atletas saudáveis para enfrentar o Cuiabá. “Isso comprova o nível de exposição aos quais os clubes estão sujeitos”, disse.

Na manhã desta quinta-feira, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) defendeu a continuidade do futebol em todo o Brasil, baseada em seus protocolos sanitários. A entidade que comanda o esporte no país garantiu não haver contaminação durante as partidas.

Retirado de: Folha

Equipe Gávea News

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  • Parar o futebol não ajuda em nada, até porque o futebol é a profissão que mais tem cuidado de seus funcionários, se o futebol tiver que parar imagina as demais atividades. O problema no nosso país é política e falta de educação e de respeito ao próximo. Nosso sistema de saúde pública sempre foi uma merda e a frase "copa do mundo não se faz com hospital" está ecoando até hoje. Mas junto com isso vem a falta de educação de muitos brasileiros que não respeitam o direito do próximo, continuam vivendo como se nada estivesse acontecendo e colocando em risco não somente a vida dele mas a de todos próximos a eles. Já vi vários casos como esse acontecendo,

  • Ricardo N, que comentário perfeito cara.
    Aqui em minha cidade acontece isso que você falou aí. Os jovens não se conscientizam, fazem aglomerações em farras e eventos escondidos levando o vírus para os demais familiares,ai já está feita a matança 👏👏👏👏

  • Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Essa antiga máxima descreve bem o que está acontecendo, no futebol e nos demais seguimentos da sociedade. Está tudo indexado, se parar o futebol, às receitas dos Clubes diminuem, os salários em geral também diminuem, os pagamentos aos fornecedores são negociados e, às vezes, atrasados, e assim por diante. O mesmo problema acontece com o comércio em geral, se fechar, vem às demissões, fechamento de negócios... E assim por diante. Hoje, morreram quase 2.400 pessoas. Um dos maiores responsáveis pelo que está acontecendo são os jovens que, fazem aglomerações, em locais fechados e ao ar livre, não se protegem e, contaminam os pais, os avós, os irmãos conscientes... Está na hora de punição com multas altas, pois, só existe respeito quando mexe com o bolso. Pra cima do Fluminense no domingo. Avante Flamengo.

    • Concordo contigo amigo, são os maiores espalhadores do vírus. Não tem essa de lockdown, lockdown é só para empresas, lojas, mercados, transportes, avenidas... Mas as festas rolam soltas por aí.

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