Flamengo aposta na venda de jogadores para fortalecimento do clube

Jogadores do Flamengo comemorando gol em partida contra o Internacional (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

O Flamengo publicou na última quinta-feira (01) o demonstrativo financeiro da temporada 2020, que mostra o aumento da dívida líquida do clube de R$ 171,5 milhões. Um dos motivos para este resultado foi a crise global, que fez com que o Rubro-Negro arrecadasse menos do que o previsto.

Internamente, o sentimento é de que mesmo fechando o ano com um déficit de R$ 107 milhões, o débito total está bem controlado e há alternativas para gerar receitas. Além disso, por conta do calendário, o Rubro-Negro receberá ainda R$ 87 milhões referentes a temporada 2020.

O lema, no entanto, é de que o futebol precisa e será o principal responsável por gerar receita. Até junho, por exemplo, o departamento tem que entregar ao menos R$ 91 milhões aos cofres do clube. Para se ter uma ideia dos gastos, somente neste ano, o Flamengo terá que quitar R$ 170 milhões em contratações.

Sendo assim, o departamento de futebol vive forte pressão interna e terá que conviver com isso por um longo período. Após a negociação fracassada por Rafinha, alguns dirigentes da pasta cobraram o marketing, que tem hoje três espaços vazios no uniforme, já que acertou contrato com a MOSS para estampar o meião.

Apesar das cobranças, há o entendimento de que uma venda considerável supera e muito os valores obtidos com o marketing anualmente. Isso porque as negociações são feitas em moeda estrangeira. Logo, se o Flamengo vende um jogador por 8 milhões de euros, arrecada cerca de R$ 53 milhões (na cotação atual) e supera e muito os 35 milhões do banco BRB, principal patrocinador do clube hoje.

Com boa administração desde 2013, o Flamengo entende que as vendas de jogadores como Vinicius Júnior, Lucas Paquetá, Reinier, Léo Duarte, entre outros, de fato mudou o clube de patamar e tornou possível grandes investimentos e é justamente essa linha que a diretoria pretende seguir.

No entanto, os problemas causados pela pandemia, como a suspensão dos torneios de seleção de base, os responsáveis por grande parte da valorização dos jovens atletas, trazem um desafio ainda maior para o departamento de futebol. Por isso, dentro do Flamengo, há o entendimento de que a venda do zagueiro Natan para o Red Bull Bragantino foi um grande negócio.

Ver jogadores de base se tornando destaques importantes dentro de seus clubes por um período de tempo considerável, parece ser algo cada vez mais distante para o futebol brasileiro. Resta torcer para os meninos lá fora.

Retirado de: Goal