Venda de Gérson expõe a dura realidade do futebol brasileiro

Gerson em ação pelo Flamengo no estádio do Maracanã (Foto: Twitter/ Reprodução/GersonSantos08)

Gérson não está disposto a recusar o aumento salarial de 5 vezes mais do que recebe no Flamengo e, por mais que seu pai diga o contrário, foi o agente do jogador quem informou que haveria proposta do Olympique de Marselha. Falta formalizar a oferta, chegar a um acordo, mas a informação é que a distância entre os números conversados não é grande. É possível que Gérson deixe o Flamengo.

Há dois meses, o vice-presidente de finanças, Rodrigo Tostes, admitiu a necessidade de realizar perto de R$ 140 milhões em negociações. Não é exclusividade do Flamengo. O Palmeiras receberá Dudu de volta, deve contar outra vez com Deyverson, estuda a situação de Borja e pode subir sua folha de pagamento em 20%. No ano passado, com custo, diminuiu a folha em 30%.

Nem Flamengo nem Palmeiras têm culpa. A explosão do câmbio torna impossível concorrer com o mercado internacional. Há mais problemas.

Gérson é o melhor meio-campista do Brasil e será impossível repor sua perda indo ao mercado. Não há jogadores de seu status. É possível transformar João Gomes, contratar outros atletas, mas Gérson é um meio-campista único no Brasil. Joga no melhor time do país e tem 24 anos, diferente da realidade da Série A, onde brilham veteranos ou iniciantes.

Por ora, não há certeza de que Gérson será vendido. Não chegou proposta do Real Madrid, não há ainda acordo com o Olympique de Marselha. Mas há a convicção de que os dois times mais ricos do país, Flamengo e Palmeiras, precisam vender.

É a dura realidade do futebol brasileiro.

Se houvesse vacina mais cedo, seria possível pensar em voltar pouco a pouco com público ao estádio, como na Inglaterra. Mas o Brasil não está vacinado para acabar com a covid e isto agrava uma velha doença do futebol brasileiro: a de ser apenas vendedor.

Retirado de: Blog do PVC