A exemplo do que faz anualmente, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, assistirá à final da Uefa Champions League, no sábado, na Turquia. Depois disso, há na agenda presidencial uma parada na Alemanha para encontro com o Bayern de Munique e com a Adidas.
A coluna de Ancelmo Gois, de “O Globo”, antecipou as reuniões. O objetivo é discutir possibilidades para a implementação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) no Flamengo e como funcionaria o modelo de governança da mesma.
Junto com Landim em Istambul estarão Rodrigo Dunshee de Abranches, vice-presidente geral, Gustavo de Oliveira, VP de marketing e comunicação, e Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração. O quarteto sempre viaja junto para a decisão da Liga dos Campeões da Europa.
O Bayern de Munique opera em modelo semelhante ao das SAF’s. O clube abriu empresa homônima à associação civil e vendeu 25% de suas ações a três empresas com quem tem parcerias há muito tempo: Audi, Adidas e Allianz. Cada uma delas têm fatias equivalentes (8,33%).
O Flamengo se reunirá com Herbert Hainer, presidente do Bayern desde 2014. Curiosamente, Hainer era o CEO da Adidas, uma das três acionistas minoritárias do clube, antes de assumir os Bávaros.
Na pauta com a Adidas, além de discutir questões comerciais com a empresa que é fornecedora de material esportivo do Flamengo, Landim e seus pares também conversarão sobre a questão da SAF e como funciona a relação com o clube a partir do momento em que a parceira se torna acionista.
Ainda em estágio de estudos, o Flamengo trabalha com duas possibilidades de divisão de suas ações em caso de adoção da SAF no futuro. Ou o modelo de 75% a 25%, semelhante ao do Bayern, ou de 80% a 20%.
As discussões dentro do Flamengo a respeito de uma eventual implementação do modelo das SAF’s vêm sendo realizadas com frequência. Em dezembro do ano passado, o advogado Marcos Motta, uma das principais referências em direito esportivo do mundo, ministrou a palestra “SAF´s no Brasil e no mundo e o que pode mudar no futebol nos próximos 5 anos”.
A época, ao ge, o presidente do Conselho de Administração, Luiz Eduardo Baptista falou da importância de se estudar tal modelo de gestão:
— O Flamengo pretende entender o contexto que está acontecendo no mundo do futebol com a criação de empresas, que no Brasil têm sido mais conhecidas como SAF’s. Não vai ser a primeira palestra, fizemos uma falando sobre a condição econômico-financeira dos demais clubes com o Fernando Ferreira, da Pluri. Ele falava como alerta da importância que a SAF’s podem ter no futebol mundial, em especial no Brasil nos próximos 10 anos, e o Flamengo não pode estar alheio a isso – afirmou Bap em entrevista publicada no dia 5 de dezembro.
Na mesma entrevista, ao ser questionado se as principais cabeças da diretoria do Flamengo eram favoráveis à implementação da SAF, Bap não a descartou.
— Eu diria que o núcleo duro do Flamengo gosta de ser vencedor sem fazer loucuras e sem queimar dinheiro desnecessariamente. Investir na medida que isso se traduza em conquistas esportivas, que basicamente é o nosso lema: vencer, vencer, vencer.
— Se no futuro tiver que ser por meio de SAF’s, o Flamengo quer estar absolutamente preparado para isso. Se o Flamengo tem uma predileção especial por SAF’s? Não, não temos, mas o Flamengo vai seguir, de acordo com a nossa filosofia, lutando para vencer, vencer, vencer.
Retirado de: Globo Esporte
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