A FIFA promoverá uma mudança dentro do regulamento de transferências de jogadores para conseguir se adaptar as regras da Europa.
A FIFA reconheceu a derrota no caso Lass Diarra julgado no Tribunal de Justiça da União Europeia, a instituição não cumpriu as leis da União Europeia.
“A deliberação no caso de Lass Diarra obriga à revisão de vários elementos do documento, a fim de alinhar o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores com a Lei europeia. (…) Entendemos esta situação como a oportunidade de continuarmos a modernizar os regulamentos”, disse Emilio García Silvero, diretor jurídico da FIFA.
Tudo isso aconteceu após um caso em 2014. Lass Diarra, ex-jogador de futebol nascido na França que chegou a atuar por um período como camisa 10 do Real Madrid, na época estava no Lokomotiv Moscou, da Rússia.
Ele rescindiu seu contrato com a equipe e o Tribunal Arbitral do Esporte o condenou a pagar 10.5 milhões de Euros como compensação.
Ele ficou sem clube até fechar contrato com o Charleroi da Bélgica, mas, o clube se recusou a pagar esse valor de indenização.
O regulamento da FIFA diz que o novo clube tem que arcar com a indenização mesmo que ela tenha sido oficializada na equipe anterior.
A equipe, mesmo assim, não quis pagar e a FIFA não emitiu o certificado de transferências. Em 2016 o caso foi para a Câmara de Resolução de Disputas da FIFA, e a entidade condenou o jogador a indenizar o ex-clube em 10 milhões de euros e ainda suspendeu ele por 15 meses. A suspensão foi ratificada pela Corte Arbitral do Esporte.
Agora, a justiça entende que o regulamento impede a livre circulação dos jogadores em um novo clube.
“Todos os jogadores profissionais que foram afetados por essas regras ilegais (em vigor desde 2001) podem buscar compensação por suas perdas. Estamos convencidos de que esse “preço a pagar” por violar as leis da UE vai, enfim, forçar a Fifa a se enquadrar e acelerar a modernização de sua governança”, afirmaram Jean-Louis Dupont e Martin Hissel, advogados de Diarra.
O Sindicato Internacional dos Jogadores de Futebol concordou com a decisão:
“O Tribunal deixou claro que a carreira de jogador é curta, e esse sistema abusivo pode levar à aposentadoria prematura de um atleta. As atuais regras, afirma o tribunal, não contribuem para a proteção dos direitos dos trabalhadores. Graças ao julgamento de hoje, a Fifa vai ser forçada a atacar isso. O julgamento revoluciona a governança do futebol na Europa”, afirmou.
O meio campista Francês ficou conhecido por ter sido um dos camisas 10 do Real Madrid entre 2009 e 2012, também teve passagens no Arsenal, Chelsea e PSG.
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