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Situação de Augusto Melo no Corinthians se complica; entenda

A reprovação das contas do exercício de 2024 acentuou de forma expressiva a crise política enfrentada por Augusto Melo no Corinthians. Em votação realizada na segunda-feira (28) no Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo do clube rejeitou o balanço financeiro do primeiro ano da atual gestão, com 130 votos contra, 73 a favor e seis abstenções.

O Conselho de Orientação (Cori) considerou a administração de Melo como “temerária”, destacando um acréscimo de R$ 829 milhões na dívida alvinegra. Este diagnóstico, aliás, pode fundamentar não apenas novos pedidos de destituição, mas também fortalecer processos que se encontram suspensos no clube. Segundo o estatuto, a reprovação das contas figura entre os fundamentos que autorizam a abertura de processos de impeachment e o ainda dirigente pode ser declarado inelegível por até dez anos.

Augusto Melo já enfrentava um pedido de destituição relacionado ao caso VaideBet, cuja admissibilidade foi aprovada em janeiro, mas cuja tramitação foi interrompida. A situação ganhou ainda mais gravidade porque, enquanto isso, a Polícia Civil avança na investigação do episódio, devendo apresentar o resultado do inquérito na próxima semana.

“Se houver um eventual indiciamento, a situação política do presidente ficará ainda mais delicada”, observam interlocutores no Parque São Jorge.

Defesa de Augusto Melo

O presidente do Corinthians, por sua vez, anunciou que irá apresentar sua defesa perante a Comissão de Ética. “Contesto veementemente os números apresentados sobre a dívida e buscarei demonstrar que a gestão financeira foi responsável”, declarou Melo.

De maneira semelhante, o mandatário já havia realizado mudanças na diretoria e tentado reforçar sua base de apoio no Conselho Deliberativo, em uma estratégia política que, contudo, não impediu a recente derrota.

Enquanto a reprovação de contas no estatuto do clube exige uma análise interna, a oposição aposta também na Lei Geral do Esporte, legislação federal que prevê a destituição automática de dirigentes acusados de gestão temerária, independentemente de aprovação do Conselho Deliberativo. O presidente do órgão, Romeu Tuma Jr., enfatizou que “o arcabouço jurídico pode ser utilizado para fundamentar uma possível destituição, caso se entenda que houve grave prejuízo à instituição”.

Além do processo já existente, a reprovação do balanço traz à tona um novo rito. Segundo o regulamento interno do Corinthians, caberá ao Conselho avaliar a necessidade de afastamento provisório do presidente até que os sócios definam, em votação, o desfecho final sobre o impeachment.

Augusto Melo, eleito no final de 2023, tem mandato previsto até dezembro de 2026. Todavia, a sequência de episódios recentes reduziu seu capital político, fato reconhecido por conselheiros próximos e opositores. Surpreendentemente, nem mesmo alterações recentes no alto escalão da diretoria, tampouco articulações de bastidores, foram suficientes para reverter o quadro desfavorável.

Ana Teixeira

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