Durante a partida entre Operário e América-MG, disputada no domingo (04) pela Série B do Campeonato Brasileiro, um episódio de injúria racial protagonizado pelo boliviano Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, gerou forte repercussão no cenário esportivo nacional. O atacante Allano, do time paranaense, foi alvo de ofensas racistas e decidiu se manifestar publicamente.
Segundo relato do próprio jogador, o insulto ocorreu aos 30 minutos do primeiro tempo. “Fui chamado de ‘preto do c***’ por um adversário, e isso é cruel, doloroso e revoltante”, escreveu o atleta nas redes sociais. Conforme Allano, esse tipo de conduta evidencia que o futebol brasileiro ainda convive com práticas discriminatórias, mesmo em ambientes que deveriam ser de inclusão e respeito.
O árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu o jogo imediatamente após o início da confusão em campo. O atacante precisou ser contido pelos colegas, visivelmente abalado e indignado. A paralisação durou cerca de 16 minutos.
Durante esse tempo, houve também tumulto nas arquibancadas, com torcedores do time mandante se desentendendo com atletas reservas do América-MG. Um homem chegou a ser retirado do estádio pela polícia.
Embora o incidente não tenha sido captado pelas câmeras da transmissão oficial, o árbitro registrou a acusação de injúria na súmula da partida. Ainda assim, apontou que nenhum dos integrantes da equipe de arbitragem presenciou ou ouviu diretamente a ofensa.
Mesmo assim, os relatos foram considerados suficientes pelas autoridades. Miguelito, que pertence ao Santos e está emprestado ao América-MG, foi detido em flagrante ao final do confronto, sendo o primeiro atleta a ser preso por injúria racial no futebol brasileiro em 2025.
O caso representa uma exceção, pois, conforme apontado pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, a maioria das acusações de cunho racial costuma ter torcedores como protagonistas e os investigados raramente enfrentam prisão imediata.
Entretanto, na segunda-feira (05), o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória ao jogador boliviano. De acordo com a decisão judicial, não havia indícios concretos de que a ordem pública seria afetada pela liberação, tampouco de que o acusado pretendia se furtar da aplicação da lei penal. Miguelito responderá ao processo em liberdade.
Em nota emocionada publicada no Instagram, Allano destacou o peso da situação. “Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade”, escreveu. Ele acrescentou: “Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez.”
O jogador agradeceu ao Operário pelo suporte recebido e mencionou a solidariedade demonstrada pelos companheiros de equipe, familiares e torcedores. Finalizou dizendo que a luta contra o racismo é coletiva e precisa ser levada adiante enquanto houver qualquer forma de injustiça no esporte.
A partida terminou com vitória do Operário por 1 a 0, no estádio Germano Krüger. Ainda que o resultado em campo tenha sido positivo para o time paranaense, o acontecimento desviou completamente o foco esportivo e trouxe à tona mais uma grave denúncia de discriminação racial no futebol nacional.
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