Bruno Henrique em embarque do Flamengo - Foto: Adriano Fontes/Flamengo
A Justiça do Distrito Federal rejeitou o pedido da defesa do atacante Bruno Henrique para impor sigilo às investigações que apuram sua suposta participação em um esquema de manipulação de apostas esportivas. O jogador do Flamengo, que recebeu um cartão amarelo na reta final da partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, é um dos dez indiciados pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento com irregularidades relacionadas ao mercado de apostas.
A decisão foi proferida na quarta-feira (30) pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, que também autorizou o compartilhamento das provas colhidas com o STJD e com a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, em curso no Senado Federal. A defesa do atleta havia solicitado que informações de natureza pessoal ou profissional, sem conexão com os fatos investigados, fossem excluídas do processo.
Contudo, o magistrado destacou que não havia como limitar previamente os dados compartilhados com os parlamentares, uma vez que não se apontaram objetivamente quais informações deveriam ser resguardadas. “Não há como limitar o que poderia ser útil ou não ao trabalho investigativo”, declarou o juiz.
Além disso, o magistrado determinou que a empresa de apostas Blaze forneça os dados de quatro dos indiciados, citados em mensagens obtidas nos celulares apreendidos. A operadora confirmou que colaborou integralmente com as autoridades e forneceu as informações solicitadas, conforme os parâmetros legais. Segundo a empresa, dados adicionais só poderiam ser acessados mediante autorização judicial, com base no Marco Civil da Internet e na Lei de Lavagem de Dinheiro.
As investigações tiveram início após casas de apostas apontarem movimentações atípicas em apostas voltadas especificamente para o recebimento de cartões amarelos no confronto entre Flamengo e Santos. Em algumas plataformas, cerca de 98% das apostas estavam direcionadas ao nome de Bruno Henrique.
O jogador acabou advertido nos acréscimos do segundo tempo, após cometer falta em Soteldo. Em seguida, foi expulso por reclamação. Antes daquele jogo, ele havia recebido cinco cartões em 22 rodadas e atuava pendurado.
Conversas encontradas nos dispositivos analisados pela Polícia Federal sugerem planejamento prévio para que o atacante fosse advertido naquela ocasião. Em diálogo registrado dias antes da partida, seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, questiona: “Quando (o) pessoal mandar tomar o 3 (cartão), liga nós hein kkkk”. Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”. Em outro trecho, Wander menciona: “Boua, já vou guardar o dinheiro, investimento com sucesso”.
Além de Bruno Henrique e seu irmão, a investigação envolve a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima do jogador, Poliana Ester Nunes Cardoso. Todos teriam realizado apostas específicas relacionadas ao cartão.
Por conta disso, o atacante e seus familiares foram indiciados por fraude em competição esportiva, conforme o artigo 200 da Lei Geral do Esporte — cuja pena pode chegar a seis anos de prisão — e também por estelionato, com reclusão prevista de um a cinco anos.
Apesar do indiciamento, o Flamengo decidiu manter o atleta no elenco. A assessoria do clube divulgou nota enfatizando o compromisso com o fair play e a defesa dos princípios constitucionais do contraditório e da presunção de inocência.
“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa”, afirmou a instituição.
O relatório final da Polícia Federal será encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal, que decidirá se apresentará denúncia formal. Em caso de aceite, o processo poderá avançar judicialmente, com possíveis desdobramentos no âmbito esportivo e penal.
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