Corinthians atinge recorde negativo no Brasileirão

O Corinthians atravessa um dos momentos mais preocupantes de sua história recente no Campeonato Brasileiro. Isso porque a equipe acumulou 14 gols sofridos em oito rodadas, o que representa o pior início defensivo do clube desde a temporada de 2005 — época marcada pela controversa parceria com a MSI.

Naquele ano, o time de nomes como Tévez, Mascherano e Nilmar levou 16 gols nas mesmas oito partidas, mas compensava as falhas atrás com um ataque eficiente, que já havia marcado 17 vezes.

Apesar de contar com nomes experientes e de qualidade técnica reconhecida, como Félix Torres e Cacá, o sistema defensivo corintiano tem se mostrado vulnerável. A derrota por 2 a 1 para o Mirassol no sábado (10), fora de casa, sintetizou o cenário: o adversário chegou a balançar a rede pela terceira vez, em lance posteriormente anulado pelo VAR.

“Estamos em um momento em que isso está acontecendo: um ataque é suficiente para acabar dentro do nosso gol”, avaliou Dorival Júnior logo após o confronto.

Desde o início do Brasileirão, o time do Parque São Jorge foi vazado em sete dos oito jogos disputados. Apenas diante do Vasco, na Neo Química Arena, o time conseguiu passar em branco. Nos outros compromissos, enfrentando adversários como Flamengo, Fluminense, Palmeiras e Internacional, o clube paulista sofreu dois ou mais gols.

Esse padrão de repetição evidencia a fragilidade na contenção e na recomposição defensiva, gerando preocupação interna.

A média geral da equipe na temporada é de 1,15 gol sofrido por partida — totalizando 38 gols em 33 jogos até o momento. Esse desempenho coloca o Corinthians como a quarta defesa mais vazada entre os clubes da Série A. No Campeonato Brasileiro, a situação é ainda mais delicada: apenas o Juventude, com 20 gols sofridos, tem um sistema mais vulnerável até aqui.

Dorival, que assumiu o comando técnico recentemente, tem insistido na importância de corrigir os aspectos coletivos do setor. Em suas palavras: “Temos que melhorar os comportamentos defensivos. Jogamos hoje com um tripé à frente da zaga. Poucas infiltrações por dentro eles conseguiram, a marcação estava compacta. Agora, foram duas jogadas que tínhamos a posse e perdemos, e provocamos essa situação”.

Apesar das críticas externas, o treinador evita atribuir responsabilidades individuais. Defende Félix Torres, zagueiro da seleção do Equador, e destaca a evolução de Cacá, mesmo após falhas visíveis, como no jogo contra o Mirassol.

“Erros são sempre coletivos e o resultado é responsabilidade do treinador”, pontuou, ao reforçar que pretende recuperar a confiança dos atletas já disponíveis, ao mesmo tempo que aguarda reforços para o setor.

Durante a década passada, o Corinthians se notabilizou por defesas consistentes, especialmente sob as gestões de Mano Menezes, Tite e Fábio Carille. Entre 2009 e 2019, a equipe conquistou três títulos do Brasileirão, a Conmebol Libertadores, o Mundial de Clubes, a Recopa e o Campeonato Paulista em cinco oportunidades. Esse histórico torna ainda mais contrastante a atual realidade.