Santos

A declaração de Marcelo Teixeira sobre o novo estádio do Santos

Durante reunião extraordinária realizada na quinta-feira (08), o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, descartou oficialmente qualquer possibilidade de construção de um novo estádio fora da Vila Belmiro. A confirmação veio após a assinatura de um novo Memorando de Entendimentos com a construtora WTorre, dando andamento ao projeto de uma arena moderna no terreno atual do clube, localizado no bairro homônimo, em Santos.

Segundo o dirigente, a escolha foi respaldada por estudos técnicos conduzidos em parceria com a Prefeitura e a WTorre. Esses levantamentos indicaram obstáculos significativos para a transferência da arena a outras regiões, como Cubatão, Praia Grande ou áreas próximas ao Porto de Santos, onde grupos internos defendiam a construção de um estádio com capacidade para 40 mil torcedores.

As principais dificuldades mencionadas envolveram ausência de infraestrutura, limitações legais e necessidade de desapropriações em áreas habitadas.

“A gente tem um lado histórico, um lado da tradição. Por aqui jogaram grandes astros do futebol mundial. É um dos principais pontos turísticos do país e que deve ser revitalizado. Assim poderemos dar mais conforto, mais segurança e beleza”, declarou Teixeira, reafirmando o compromisso de modernizar sem romper com as raízes do clube.

O mandatário ainda acrescentou que a nova estrutura terá também importância estratégica no aspecto financeiro: “Queremos modernizar e incrementar através de um equipamento importante, que resultará em um benefício também financeiro, para que o Santos FC continue com os seus projetos e seus planos ligados ao futebol”.

O projeto prevê a demolição da atual Vila Belmiro e a construção de uma nova arena no mesmo local, com capacidade para 30.108 pessoas, área total de 71 mil metros quadrados e custo estimado em R$ 700 milhões. De acordo com o cronograma estipulado, o clube iniciará em até 120 dias a comercialização de cadeiras cativas e camarotes.

Esta etapa será essencial para viabilizar financeiramente o empreendimento e assinar o contrato definitivo com a construtora responsável.

Conforme o presidente do Conselho Deliberativo, Fernando Vidal Akaoui, a reunião teve como objetivo apresentar com mais profundidade os detalhes da parceria e esclarecer as alterações realizadas no modelo inicial do projeto.

“Hoje houve um maior detalhamento não apenas do projeto conceitual da arena e mostrou que os conselheiros gostaram muito do que viram, mas também dos detalhes da parceria. Foram realizadas significativas alterações, benéficas para o Santos FC”, afirmou Akaoui.

Apesar da decisão já formalizada, parte dos conselheiros se posicionou de forma crítica à proposta. Representantes desse grupo sugerem alternativas em bairros como Valongo, Macuco e o final da Avenida Conselheiro Nébias, com áreas que, segundo eles, poderiam comportar estádios maiores, com estrutura adequada para grandes eventos e estacionamento.

Eles argumentam ainda que o valor arrecadado com a venda das cadeiras cativas, inicialmente orçado em R$ 200 milhões, poderia ser redirecionado para compra de terrenos e realização de obras por meio de licitação com outras empresas, além da WTorre.

Conforme enfatizado por Teixeira, a realidade técnica e administrativa impõe limites concretos às aspirações de mudança. “Se questiona: mas por que não fazer um estádio para 50 mil pessoas? É possível fazer? Pode até acontecer. Em outro espaço, em São Paulo… Só que hoje, concretamente, não existe essa possibilidade. Qual a possibilidade que existe? É fazer uma adequação da Vila Belmiro”, afirmou.

A proposta visa preservar um dos símbolos mais emblemáticos do futebol brasileiro, mantendo viva a memória esportiva do clube, ao mesmo tempo em que projeta um futuro mais estruturado e competitivo. Para Teixeira, não se trata apenas de um estádio, mas de um legado.

A parceria com a Prefeitura de Santos, segundo ele, é também uma tentativa de impulsionar economicamente a região, tanto pela geração de empregos quanto pela atração de eventos e turismo.

Por fim, o dirigente destacou que o novo projeto reforça o papel da Vila Belmiro não só como casa do Santos, mas como patrimônio histórico e cultural. E embora haja desafios consideráveis no caminho, a diretoria acredita que manter o clube enraizado na cidade de origem, ainda que em nova roupagem, é a decisão mais viável e estratégica no atual contexto.

Ana Teixeira

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