Wendel em jogo pelo Zenit - Foto: Getty Images
Anunciado oficialmente em 26 de janeiro, o volante Wendel, de 27 anos, chegaria ao Botafogo como reforço para a disputa da Copa do Mundo de Clubes. O acordo previa o pagamento de 20 milhões de euros ao Zenit, clube russo com o qual o jogador ainda possuía vínculo.
Contudo, mesmo com contrato assinado e a previsão de apresentação em 2 de junho, o negócio foi encerrado de forma inesperada. O clube carioca alegou “questões geopolíticas” como justificativa para desfazer o acerto.
Segundo o comunicado oficial, a decisão foi tomada em comum acordo com o Zenit. A alegação principal foi o fato de os donos do clube russo estarem incluídos em sanções internacionais impostas pelo governo dos Estados Unidos, o que, conforme apontado, impediria transações financeiras envolvendo empresas norte-americanas — como é o caso de John Textor, proprietário majoritário da SAF alvinegra.
Apesar da justificativa geopolítica, há pontos que geraram dúvidas nos bastidores. Afinal, nos primeiros meses de 2025, o Botafogo realizou duas transações diretas com o Zenit. Vendeu Luiz Henrique por 33 milhões de euros e, pouco depois, adquiriu Artur por 10 milhões de euros.
Ambas foram efetivadas mesmo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que já motivava sanções desde 2022.
Além disso, pessoas envolvidas na negociação relataram que o clube carioca não demonstrou conhecimento prévio sobre as restrições envolvendo o Zenit, o que surpreende, dado que outros clubes brasileiros, como o Vasco, já haviam esbarrado nas mesmas barreiras anteriormente. Assim sendo, a falta de preparo e de análise jurídica mais profunda por parte da diretoria gerou ruídos internos e externos.
Outro ponto crucial envolve o contexto financeiro da Eagle Football, conglomerado que administra o Botafogo, o Lyon e outros clubes. O grupo enfrenta forte pressão na França. O Lyon precisa apresentar garantias de 100 milhões de euros ao DNCG — órgão de controle financeiro do futebol francês — até o final da temporada, o que torna qualquer investimento expressivo uma decisão delicada.
Conforme apurado, diretores da holding, embora sem relação direta com a gestão botafoguense, se mostraram contrários ao investimento em um jogador já experiente e com baixa expectativa de revenda futura. Ainda que os dirigentes do Alvinegro vissem valor técnico em Wendel, a avaliação final partiu de Textor, influenciado pelas prioridades financeiras do grupo.
Wendel, por sua vez, estava no Brasil se tratando de uma lesão no músculo adutor da coxa direita. O atleta, que abriria mão de retornar à Rússia para iniciar sua recuperação no Rio de Janeiro, demonstrava confiança no projeto apresentado. Ainda assim, descobriu sobre a desistência por meio de amigos, dias antes da divulgação oficial. “Acreditei no projeto”, declarou o volante, ao comentar o fim da negociação.
Vale mencionar que o atleta sequer recebeu as luvas acertadas no momento da assinatura contratual. Seus representantes, até o início daquela semana, ainda consideravam improvável uma ruptura. O contrato firmado em 25 de janeiro permanecia vigente até então. Entretanto, diante das dificuldades burocráticas e da necessidade de redirecionar os recursos, a transferência foi encerrada de forma unilateral.
Embora o Botafogo reforce que a motivação tenha sido exclusivamente relacionada às restrições internacionais, o histórico recente de negócios com o Zenit e a evidente pressão financeira interna da Eagle Football colocam o clube sob questionamento. A condução do caso, sobretudo pela forma como o jogador foi surpreendido, revela falhas no processo de comunicação e planejamento.
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