Luis Francisco Zubeldía, treinador do São Paulo durante partida da Copa do Brasil 2024 (Foto: Rubens Chiri e Paulo Pinto/São Paulo)
A vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Talleres, na noite de terça-feira (27), no MorumBis, ficou em segundo plano diante de uma grave acusação. O zagueiro venezuelano Miguel Navarro afirmou ter sido vítima de xenofobia durante a partida, acusando o volante paraguaio Damián Bobadilla de insultos discriminatórios.
A denúncia gerou forte comoção no estádio, interrompeu o jogo por cerca de oito minutos e evidenciou um problema que vai além das quatro linhas.
Enquanto a delegação do Talleres reafirmava a denúncia, um dos pontos mais comentados foi a postura do técnico Luis Zubeldía. Durante entrevista após o jogo, o treinador do São Paulo declarou que desconhecia o ocorrido.
“Não sei do que estão falando”, disse, ao ser questionado. A resposta foi recebida com surpresa e desconforto por parte da imprensa esportiva e de muitos torcedores.
A análise do colunista Juca Kfouri, publicada nesta quarta-feira (28), evidenciou esse incômodo. Segundo ele, o silêncio de Zubeldía diante de uma situação tão delicada não deveria ser naturalizado. “Desconhecer o que houve é constrangedor”, escreveu o jornalista.
Ainda conforme Kfouri, a origem sul-americana do treinador deveria torná-lo mais sensível a questões que envolvem xenofobia no futebol, especialmente quando o episódio atinge um jogador vizinho.
Certamente, a ausência de uma manifestação mais enfática por parte da comissão técnica e da diretoria do São Paulo alimentou o debate. Afinal, ainda que Zubeldía alegue não ter presenciado o episódio no calor da partida, esperava-se, ao menos, um gesto público de empatia ao atleta agredido verbalmente. “Não é apenas uma questão institucional, é também humana”, argumentou Kfouri.
Navarro, do Talleres, visivelmente emocionado, caiu em lágrimas no gramado, recusando-se inicialmente a seguir em campo. “Irei até às últimas consequências diante do ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil”, publicou o atleta, ainda na noite da partida.
O jogador também foi ouvido no Juizado Especial Criminal montado no estádio. Apesar do relato do venezuelano, o árbitro Piero Maza não aplicou o protocolo previsto para casos de discriminação, o que gerou questionamentos por parte da equipe argentina.
Em conclusão, o episódio ressalta a urgência de posicionamentos claros diante de situações de preconceito nos estádios. O futebol, que tantas vezes é exaltado como palco de integração entre culturas, não pode seguir ignorando manifestações discriminatórias em campo.
O caso envolvendo Navarro e Bobadilla expõe não apenas uma acusação grave, mas também o desafio ético das lideranças esportivas em lidar com esse tipo de denúncia.
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