São Paulo

A declaração de Juca Kfouri direcionada a Zubeldía, do São Paulo

A vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Talleres, na noite de terça-feira (27), no MorumBis, ficou em segundo plano diante de uma grave acusação. O zagueiro venezuelano Miguel Navarro afirmou ter sido vítima de xenofobia durante a partida, acusando o volante paraguaio Damián Bobadilla de insultos discriminatórios.

A denúncia gerou forte comoção no estádio, interrompeu o jogo por cerca de oito minutos e evidenciou um problema que vai além das quatro linhas.

Enquanto a delegação do Talleres reafirmava a denúncia, um dos pontos mais comentados foi a postura do técnico Luis Zubeldía. Durante entrevista após o jogo, o treinador do São Paulo declarou que desconhecia o ocorrido.

“Não sei do que estão falando”, disse, ao ser questionado. A resposta foi recebida com surpresa e desconforto por parte da imprensa esportiva e de muitos torcedores.

A análise do colunista Juca Kfouri, publicada nesta quarta-feira (28), evidenciou esse incômodo. Segundo ele, o silêncio de Zubeldía diante de uma situação tão delicada não deveria ser naturalizado. “Desconhecer o que houve é constrangedor”, escreveu o jornalista.

Ainda conforme Kfouri, a origem sul-americana do treinador deveria torná-lo mais sensível a questões que envolvem xenofobia no futebol, especialmente quando o episódio atinge um jogador vizinho.

Certamente, a ausência de uma manifestação mais enfática por parte da comissão técnica e da diretoria do São Paulo alimentou o debate. Afinal, ainda que Zubeldía alegue não ter presenciado o episódio no calor da partida, esperava-se, ao menos, um gesto público de empatia ao atleta agredido verbalmente. “Não é apenas uma questão institucional, é também humana”, argumentou Kfouri.

Navarro, do Talleres, visivelmente emocionado, caiu em lágrimas no gramado, recusando-se inicialmente a seguir em campo. “Irei até às últimas consequências diante do ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil”, publicou o atleta, ainda na noite da partida.

O jogador também foi ouvido no Juizado Especial Criminal montado no estádio. Apesar do relato do venezuelano, o árbitro Piero Maza não aplicou o protocolo previsto para casos de discriminação, o que gerou questionamentos por parte da equipe argentina.

Em conclusão, o episódio ressalta a urgência de posicionamentos claros diante de situações de preconceito nos estádios. O futebol, que tantas vezes é exaltado como palco de integração entre culturas, não pode seguir ignorando manifestações discriminatórias em campo.

O caso envolvendo Navarro e Bobadilla expõe não apenas uma acusação grave, mas também o desafio ético das lideranças esportivas em lidar com esse tipo de denúncia.

Ana Teixeira

Recent Posts

Compreender o Sistema de Apostas Aviator Bet: Dicas e Truques para Moçambicanos

Aviator é um jogo popular de cassino online que atrai jogadores de Moçambique não só…

29 minutos ago

Botafogo: a declaração de Jair após expulsão na Libertadores

O zagueiro Jair utilizou suas redes sociais para se desculpar publicamente após a expulsão na…

1 hora ago

Grêmio: diretoria e Conselho têm reunião importante

Mais de 200 conselheiros se reuniram na noite de terça-feira (27), na Arena, para debater…

1 hora ago

Palmeiras: atualização na situação de Felipe Anderson

A preparação do Palmeiras para a reta final antes da Copa do Mundo de Clubes…

1 hora ago

Corinthians: saiba como foi o encontro do presidente interino com o elenco

Na manhã de quinta-feira (29), Osmar Stabile teve seu primeiro contato direto com o elenco…

2 horas ago

Andres Hurtado, Gabriel, Isidro Pitta, Pedro Henrique e Thiago Borbas: jogadores do Bragantino pendurados para jogo contra o Vasco

O Red Bull Bragantino entra em campo no sábado (31), às 21 horas (horário de…

2 horas ago