Zico, ex-jogador do Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Durante entrevista concedida no Japão, Zico demonstrou preocupação com a tendência crescente de jogadores brasileiros deixarem o país de forma prematura rumo ao futebol europeu. Para o ex-camisa 10 do Flamengo, essa movimentação precoce prejudica o desenvolvimento técnico e emocional dos atletas.
“Se um jogador não for resiliente, ele volta porque não atingiu todo o seu potencial lá”, afirmou o ex-meia, atualmente conselheiro do Kashima Antlers.
Segundo o ídolo, muitos desses jovens sequer acumulam partidas no futebol nacional antes da transferência, o que compromete sua adaptação e sequência no exterior. Conforme seu relato, casos recorrentes ocorrem em campeonatos como o alemão e o italiano, onde atletas deixam o país cedo, enfrentam dificuldades para obter espaço, e acabam retornando sem alcançar o nível esperado.
Zico, que teve papel fundamental na consolidação do futebol profissional no Japão com a criação da J. League em 1993, teme que o cenário brasileiro se repita no país asiático. Conforme declarou, “é o que está acontecendo com muitos jogadores japoneses: eles chegam lá muito cedo, perdem a confiança e depois voltam”.
Embora reconheça que o nível atual dos atletas japoneses seja superior ao de décadas anteriores, o ex-treinador da seleção local entre 2002 e 2006 fez um apelo para que os clubes e jogadores analisem melhor o momento ideal para a saída ao exterior.
Ele relembrou que, em sua época como técnico, diversos jogadores atuavam por poucos minutos na Europa, o que comprometia seu desempenho ao retornarem para compromissos com a equipe nacional.
Zico mantém vínculo próximo com o Kashima Antlers, onde já atuou como atleta, treinador e diretor técnico. Atualmente, com 72 anos, ele segue prestando consultoria ao clube, com atenção especial às categorias de base.
“O clube é como meu filho. Eu o vi nascer, crescer e se tornar o que é hoje”, declarou o ex-jogador, que acompanha regularmente as atividades da equipe e participa de eventos com patrocinadores e torcedores.
Sob sua influência, o Kashima se transformou em uma das principais forças da liga local, somando oito títulos da J. League e uma conquista da Liga dos Campeões da Ásia. Ainda que as contratações de grandes estrelas, como os campeões mundiais brasileiros Jorginho e Leonardo, tenham se tornado raras, a equipe segue competitiva.
Ao comentar a passagem do espanhol Andrés Iniesta pelo Vissel Kobe, Zico destacou os benefícios de trazer jogadores experientes para o crescimento coletivo dos clubes.
“É um investimento. Ter um jogador do nível do Iniesta no clube motiva a todos. Ele melhora o rendimento dos outros atletas e inspira a torcida”, afirmou.
Segundo ele, o impacto positivo da presença de craques internacionais vai além do campo, refletindo também em resultados. Não à toa, o Vissel Kobe conquistou dois títulos seguidos logo após a saída do meio-campista espanhol, o que, para o brasileiro, “não foi coincidência”.
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