Brasileirão

CBF toma atitude que pode mudar por completo futebol no Brasil

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu início à elaboração de um regulamento de fair play financeiro para o futebol nacional. A medida, oficializada por meio de portaria assinada nesta segunda-feira (09 de junho) pelo presidente da entidade, Samir Xaud, prevê a criação de um grupo de trabalho que terá até 90 dias para formular as diretrizes do novo sistema. O foco está em aplicar limites de gastos compatíveis com a receita dos clubes, exigências sobre dívidas vencidas e, sobretudo, garantir a sustentabilidade financeira das equipes.

O documento institucional destaca que a motivação central da iniciativa está relacionada aos “riscos” que envolvem a atual gestão das finanças dos clubes. A CBF reforça, aliás, que a proposta busca estimular a responsabilidade fiscal, promover o equilíbrio econômico-financeiro e, igualmente, acompanhar a nova realidade do futebol brasileiro com o aumento do número de clubes organizados como SAFs.

Samir Xaud presidente CBF (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

O modelo a ser desenvolvido foi batizado de Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) e contará com participação de representantes da CBF, clubes das Séries A e B, federações estaduais e consultores. O grupo será presidido por Ricardo Paul, vice-presidente da confederação. Os clubes interessados em contribuir com o projeto terão um prazo de cinco dias para manifestar formalmente seu desejo de integrar a iniciativa.

Caso o número de interessados ultrapasse a capacidade do grupo, caberá ao presidente do GT selecionar os participantes. Uma vez definido o colegiado, o prazo de três meses para formalização da proposta será iniciado. A intenção, conforme descrito, é apresentar um modelo discutido coletivamente, o que poderá facilitar a aprovação futura dentro da própria CBF.

É importante ressaltar que esta não é a primeira tentativa da confederação em estabelecer normas de controle financeiro. Anteriormente, durante a gestão de Rogério Caboclo, chegou a ser proposto um sistema similar, que nasceu de um modelo de licenciamento e pretendia evoluir para o fair play. Contudo, enfrentou resistência de clubes com graves problemas fiscais à época, como Corinthians e Atlético-MG, e acabou arquivado.

Atualmente, o cenário das finanças do futebol brasileiro mostra sinais preocupantes. Segundo levantamento da Consultoria Convocados, as dívidas dos principais clubes ultrapassaram R$ 14 bilhões no último ano, representando um aumento de 22%. Esse dado, inegavelmente, reforça a urgência de medidas concretas para conter o desequilíbrio financeiro no setor.

Por fim, a portaria destaca que o novo sistema de controle será implementado de forma gradual, levando em conta as especificidades regionais e estruturais dos clubes. A expectativa é que, com participação ativa dos envolvidos e estrutura adequada, o SSF se torne um marco importante na reorganização das finanças do futebol brasileiro.

Matheus Felipe

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