Zico, ex-jogador do Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Entre 1980 e 1983, Antônio Augusto Dunshee de Abranches comandou o Flamengo em um ciclo de títulos e tensões. O clube, liderado por Zico e cia., venceu o Carioca de 1981, a Libertadores e o Mundial do mesmo ano, além dos Brasileiros de 1982 e 1983. Porém, a venda do camisa 10 à Udinese provocou crise política e terminou em renúncia.
O Flamengo comunicou a morte de Dunshee de Abranches neste domingo. O ex-presidente tinha 88 anos. A causa do falecimento não foi informada. Segundo o ge, ele lutava contra a doença de Alzheimer. Além disso, o clube registrou em nota que ele presidiu a instituição entre 18 de dezembro de 1980 e 14 de agosto de 1983.
Na manifestação oficial de pesar, o clube citou as conquistas da Libertadores e do Mundial de 1981, além do bicampeonato brasileiro de 1982 e 1983. A diretoria o descreveu como advogado respeitado e apaixonado pelo Flamengo. Ademais, a nota ressaltou a relevância institucional do período, que projetou a equipe no cenário nacional e internacional.
Zico lamentou publicamente o falecimento nas redes sociais. O ex-jogador afirmou ter tido problemas pessoais com Dunshee, mas reconheceu a importância do ex-presidente para a geração campeã. Além disso, publicou uma foto em preto e branco ao homenagear o dirigente, único presidente campeão mundial na história do clube.
A relação entre Dunshee e o camisa 10 teve capítulos decisivos. Em 1981, o clube renovou com Zico por dois anos após sondagens do Barcelona. A diretoria buscou receitas com ações de marketing, incluindo a parceria que fez o craque virar garoto-propaganda da Coca-Cola. Entretanto, partidas deficitárias acenderam alertas sobre a fórmula do Campeonato Carioca.
Na época, o presidente criticou publicamente o modelo do estadual e relacionou a escalada de custos a uma sequência de jogos sem retorno financeiro adequado. Em entrevista registrada pelo jornal O Globo, ele expôs as dificuldades em manter a folha de pagamentos diante de arrecadações modestas no Maracanã.
“O problema não é nem o preço dos ingressos – que está provocando até greve de torcida. O grande problema é a fórmula do campeonato, totalmente ultrapassada, e que nos obriga a fazer vários jogos deficitários como este. Não há mais cabimento um campeonato com 12 clubes. O torcedor não aguenta ficar pagando ingressos toda quarta e todo domingo para ver joguinhos de pouca expressão”, disse Dunshee.
Em 1983, a diretoria aceitou a proposta da Udinese por Zico, de US$ 4 milhões, e submeteu o acerto ao Conselho Deliberativo, que aprovou por 111 votos a 3. Houve protestos de torcedores na Gávea. Depois, em 14 de agosto de 1983, sob pressão por resultados, Dunshee de Abranches renunciou ao cargo no Flamengo.
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