José Boto em coletiva pelo Flamengo (Gilvan de Souza /CRF)
Em um dia agitado no Flamengo, o clube lida com a repercussão da expulsão de Wallace Yan e uma possível punição interna, prepara uma reunião do Conselho Deliberativo para tratar do impasse judicial com a Libra e observa o mercado internacional com a leitura do diretor José Boto sobre a nova rota de jovens talentos rumo à Europa. Entre decisões de vestiário, embates políticos e estratégia esportiva, o Rubro-Negro busca equilíbrio para seguir competitivo em campo e nos bastidores.
A derrota por 1 a 0 para o Bahia, em Salvador, ganhou um capítulo extra após a expulsão de Wallace Yan. O atacante entrou aos 22 minutos do segundo tempo, discutiu com Gilberto, levou amarelo aos 29 por reclamação ao quarto árbitro e, aos 32, acertou uma braçada no rival, recebendo o segundo amarelo. O Flamengo já atuava com um a menos desde a etapa inicial, após a expulsão de Danilo, e terminou o jogo com nove jogadores. Ao fim da partida, Filipe Luís comentou a situação do jovem.
“Ele vem treinando muito bem e é um jogador muito importante para mim. Cometeu um erro muito grave e nos prejudicou. Ele é muito novo ainda. Ainda não conversei com ele. São nesses aspectos que tenho que melhorar minha equipe, que o mental não influencie para o negativo, que fique sempre com o mental estável. Pensei em colocá-lo para romper a linha do Bahia porque eles estavam muito fechados. A expulsão dele complicou, mas o time continuou dando a vida.”
Internamente, a diretoria estuda medidas disciplinares: multa salarial ou advertência. José Boto e o técnico Filipe Luís vão conversar com o atleta na reapresentação desta quarta-feira (08 de outubro), no Ninho do Urubu. O elenco recebeu folga após o retorno ao Rio na madrugada de segunda (06), e, com a Data Fifa, o foco passa a ser o clássico contra o Botafogo, marcado para quarta-feira (15 de outubro). Segundo Venê Casagrande, a tendência é por advertência, sem afastamento do grupo.
“A irresponsabilidade dele contra o Bahia não ficará sem algo a fazer pela diretoria. Ele será punido pela diretoria. Quando eu falo punido, não é que vai ficar afastado, ele vai receber uma advertência”, disse o jornalista.
Nesta terça-feira (07 de outubro), às 18h, o Conselho Deliberativo se reúne na Gávea, convocado por Bap, para tratar da disputa judicial com a Libra. A expectativa é de que o encontro esclareça os últimos passos da gestão, inclusive atos da diretoria anterior e da atual administração. Nas últimas semanas, o clima esquentou com críticas públicas de Leila Pereira, que prometeu processo e chamou o clube de egoísta.
O conflito se acentuou após a liga alterar o modelo da parcela de 30% das receitas de TV atreladas à audiência — montante estimado em cerca de R$ 309 milhões por temporada. O debate não envolve o contrato com a Globo em si, mas a interpretação do estatuto e o critério de cálculo da audiência. O Flamengo sustenta que o peso de TV aberta, fechada e streaming deve ser considerado, enquanto a Libra argumenta que os critérios estão definidos e que, se o cálculo fosse inviável, a emissora não teria feito o primeiro pagamento.
No eixo jurídico, o Flamengo obteve, em quinta-feira (25 de setembro), uma liminar que bloqueou R$ 77 milhões pagos pela Globo aos clubes da Libra, valor referente aos 30% e que foi depositado em juízo após decisão de segunda instância. Antes disso, o pedido havia sido negado pelo juiz Felipe Pinelli Pedalino Costa, em primeira instância.
A Libra afirma que os critérios de distribuição foram aprovados por unanimidade, inclusive com o voto do Flamengo na gestão Rodolfo Landim. O clube, por sua vez, alega falta de unanimidade e cita a assembleia de agosto, quando Flamengo e Volta Redonda votaram contra. Em agosto, a Libra propôs manter o regulamento até dezembro e discutir ajustes para 2026; os pagamentos de 2025 começaram em março. Bap responderia até segunda-feira (01 de setembro), mas o Flamengo acionou a Justiça antes.
Em entrevista ao diário Record, publicada na segunda-feira (06 de outubro), José Boto avaliou o cenário de transferências enquanto o Flamengo disputa o Brasileirão e as semifinais da Libertadores. O dirigente apontou uma mudança de rota: gigantes europeus têm vindo “direto à fonte” para buscar jovens no Brasil, reduzindo o espaço tradicional de clubes como Benfica, Porto e Sporting.
Exemplos como Vinícius Jr. e Rodrygo, comprados pelo Real Madrid, e Estêvão, negociado com o Chelsea — decisivo ao sair do banco no 2 a 1 sobre o Liverpool no sábado (04) —, ilustram a tendência. Boto também citou a estratégia rubro-negra de mirar atletas com nome e currículo, amparada na credibilidade do futebol brasileiro para atrair europeus, com casos recentes como Saúl e Jorginho.
“Os clubes europeus que compravam jogadores ao Benfica começaram a perceber que tinham que vir aqui, direto à fonte”.
“Se fosse há uns 10 anos, talvez o Estevão tivesse ido para o Benfica ao invés de ir para o Chelsea”.
“O Flamengo, por exemplo, é um clube que paga bem e sempre em dia, e isso faz com que os jogadores europeus acreditem.”
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