Bruno Henrique em embarque do Flamengo - Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Um resumo rápido do dia: o STJD adiou todas as sessões de julgamento da semana, mantendo o efeito suspensivo de Bruno Henrique em meio à insegurança no Rio; a possível venda do Maracanã reacendeu o debate sobre tombamentos e reforçou o apelo do projeto do estádio próprio no Gasômetro; e Agustín Rossi voltou a brilhar, com Filipe Luís comentando com bom humor os rumores de naturalização do goleiro.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva adiou todas as sessões desta semana devido ao cenário de insegurança no Rio de Janeiro após uma megaoperação policial que deixou ao menos 121 mortos, incluindo quatro policiais, segundo dados oficiais. Entre os processos suspensos está o recurso de Bruno Henrique, do Flamengo, punido em primeira instância com 12 jogos por conduta considerada contrária à ética desportiva após acusação de forçar um cartão amarelo em 2023 para beneficiar apostadores. Desde 13 de setembro, o atacante atua com efeito suspensivo, que permanece válido até o julgamento no Pleno; com o adiamento, a nova data ainda será definida. A defesa do Flamengo sustenta que não houve infração ética nem tentativa de manipular resultado e argumenta que, no máximo, a conduta poderia ser enquadrada no regulamento geral da competição, com punição de multa.
“O Bruno Henrique já planejava tomar o terceiro cartão amarelo. O cartão amarelo não é atitude antiética, faz parte da estratégia do jogo. O que aconteceu, quando muito, foi uma informação privilegiada”
“O artigo em que ele foi punido diz: ‘atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida’. Não é o caso. Ele queria ficar fora do jogo contra o Fortaleza e estar disponível contra o Palmeiras”
“Esse tipo de ação é punida no artigo 191, que trata de descumprimento de regulamento. Mesmo assim, qualquer conhecedor mediano de futebol sabia que ele levaria o terceiro cartão naquele jogo”
A eventual venda do Maracanã reacendeu a discussão sobre o futuro do principal estádio do país, mas a operação, mesmo que ocorra, não ampliaria a autonomia de um possível comprador como o Flamengo. Isso porque o complexo é tombado pelo Iphan desde 2000 e também protegido pelo município desde 2002, o que impede intervenções estruturais sem autorização expressa. Fachada, marquise, anel das arquibancadas e volume arquitetônico original são áreas intocáveis, e qualquer modificação depende de aval técnico dos órgãos de patrimônio.
Na prática, mesmo com um investimento estimado em cerca de R$ 2 bilhões, a propriedade não garantiria autonomia plena: o estádio continuaria sob fiscalização pública e sujeito a limitações de uso por outros clubes. O tombamento municipal abrange todo o complexo — incluindo Maracanãzinho, Parque Aquático Júlio Delamare e Estádio Célio de Barros — e a rigidez das regras ficou evidente em 2024, quando o consórcio gestor foi notificado por transformar parte do Célio de Barros em estacionamento sem autorização prévia.
Diante das restrições, o projeto do estádio próprio no Gasômetro desponta como alternativa mais independente: arena para 72 mil pessoas, investimento de R$ 2,2 bilhões e entrega mínima prevista para 2036, agora sem a exigência de conclusão em quatro anos após acordo firmado em setembro. Com financiamento estruturado por FGV Conhecimento e RRA Consultoria, a nova arena oferece maior segurança administrativa e urbanística em comparação com a aquisição do Maracanã.
Protagonista na campanha até a final da Libertadores, Agustín Rossi voltou a se destacar no empate contra o Racing, na Argentina, que garantiu o Flamengo na decisão continental. Após a partida, Filipe Luís elogiou o goleiro e comentou, em tom bem-humorado, os rumores de uma eventual naturalização, classificando o cenário como improvável, ainda que reconheça o nível do atleta. Aos 30 anos, Rossi vive uma de suas melhores fases, consolidado como referência defensiva e liderança do elenco rubro-negro.
“Imagina um argentino jogar um Mundial pelo Brasil? Não vejo [risos]. Mas tem nível. Eu sinceramente não vejo nunca um argentino de nascimento vestindo a camisa da seleção. Mas, claro, tem todo o direito de se naturalizar”, disse.
Revelado pelo Chacarita Juniors, o goleiro ganhou projeção nacional no Boca Juniors entre 2020 e 2022, conquistando títulos e status de protagonista. Depois de breve passagem pelo Al-Nassr, da Arábia Saudita, onde atuou ao lado de Cristiano Ronaldo, assinou com o Flamengo em julho de 2023 sem custos de transferência. Sem convocações para a seleção principal da Argentina, Rossi tem vínculo no Rio até 2027 e já manifestou interesse em permanecer por muitos anos no clube.
No plano regulatório, a Fifa flexibilizou em 2020 as regras de mudança de nacionalidade esportiva, permitindo nova representação a quem cumpre critérios como residência de cinco anos — hipótese que, no longo prazo, deixaria Rossi elegível, já que nunca atuou pela seleção principal argentina. Há, porém, barreiras definitivas após participação em torneios oficiais por uma seleção. Enquanto isso, o foco do goleiro é imediato: a final da Libertadores no dia 29 de novembro, em Lima, oportunidade para buscar seu primeiro título continental pelo Flamengo e reforçar ainda mais a conexão com a torcida.
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