O Corinthians confirmou, nesta terça-feira (16), que finalizou a entrega de todos os documentos solicitados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), no âmbito da investigação que envolve os ex-presidentes Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo. Os registros enviados abrangem informações financeiras entre os anos de 2018 e 2025, incluindo relatórios de despesas e faturas de cartões de crédito.
A diretoria do Corinthians declarou que os documentos foram enviados conforme solicitado, reforçando seu comprometimento com a Justiça. “Salientamos que o clube estará à disposição da Justiça para quaisquer averiguações que se façam necessárias”, informou o clube por meio de nota oficial.
O clube havia sido alvo de críticas por parte do MPSP, que acusou a instituição de dificultar o andamento da apuração. Entre os pontos destacados estavam a “desorganização administrativa”, a “inércia do clube” e até o desaparecimento de documentos, classificados como “furtos e supressões” pelo órgão de investigação.
A investigação conduzida pela Promotoria se concentra no uso de cartões corporativos e na legalidade de gastos realizados durante as últimas três gestões presidenciais do clube. De acordo com os promotores, há indícios de crimes como apropriação indébita, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Nesse cenário, a presença de investigados em cargos nos conselhos internos do clube também tem sido tratada como um obstáculo adicional às apurações.
Anteriormente, parte da documentação já havia sido encaminhada à Vara Especializada em Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores. No entanto, o Ministério Público considerou que, naquele momento, os materiais entregues – como faturas de cartões – não eram suficientes para dar prosseguimento adequado à apuração.
A diretoria atual afirma que tem adotado cautela na liberação dos documentos, alegando preocupação com a imagem institucional do clube diante de vazamentos anteriores. Em julho, inclusive, foi registrado um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de documentos internos, o que contribuiu para as acusações de resistência à investigação.
Os três ex-presidentes citados também se manifestaram por meio de suas defesas. Andrés Sanchez admitiu o uso do cartão do clube para despesas pessoais em 2020, mas afirmou ter reembolsado os valores. Já Augusto Melo negou qualquer irregularidade e declarou que jamais utilizou o cartão corporativo durante seu mandato. Duilio Monteiro Alves, por sua vez, não respondeu aos contatos da imprensa até o momento.