O presidente do Vasco, Pedrinho, demonstrou forte insatisfação com a arbitragem na vitória por 3 a 1 sobre o Bahia, na noite de quarta-feira (24), em São Januário. Os dois lances revisados pelo VAR durante a partida em atraso da 16ª rodada foram os que mais geraram protestos por parte dos cruz-maltinos.
Pedrinho chamou atenção ainda no intervalo, com o Bahia em vantagem no placar, quando protagonizou uma cena de confronto direto com o árbitro João Vitor Gobi. No momento do protesto, o presidente precisou ser contido por seguranças ao tentar barrar o acesso da equipe de arbitragem ao vestiário.
A revolta do mandatário àquela altura partia especialmente pela entrada de Rezende sobre Philippe Coutinho, que sequer foi marcada como falta. Essa alteração de Pedrinho foi relatada na súmula da partida por Gobi.
“Após o término do primeiro tempo, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, o senhor Pedro Paulo de Oliveira, presidente do Vasco SAF, colocou-se à frente do acesso ao vestiário impedindo a passagem da equipe de arbitragem, tendo que ser contido e removido por força policial”.
E prosseguiu: “De maneira exaltada, bradava as seguintes palavras: ‘isso é uma vergonha o que você está fazendo aqui dentro! Não vou sair daqui, tira a mão de mim, ele não vai passar sem me ouvir! Você tá f*dido! Pode por no relatório! Pode me relatar!’”.
Decisões do VAR e divergências
Ainda na primeira etapa, a arbitragem expulsou o volante Jean Lucas, do Bahia, após revisão no vídeo. A decisão foi tomada com base em um movimento de braço que atingiu o rosto de Barros, do Vasco.
O árbitro de vídeo, Gilberto Rodrigues Castro Júnior, afirmou: “O jogador atinge o rosto do adversário com o cotovelo, num movimento adicional e deliberado”.
João Vitor Gobi reforçou o entendimento ao revisar o lance em campo: “O jogador número 6 vai disputar a bola, aí, com o cotovelo, uma parte dura, ele atinge uma parte de cima, que é o rosto do adversário, com uma intensidade alta. Por esse motivo: tiro livre direto, cartão vermelho, por jogo bruto grave”.
No segundo tempo, o atacante Sanabria, também do Bahia, atingiu Puma Rodríguez com a sola da chuteira. O VAR recomendou nova revisão, mas desta vez o árbitro optou por manter o cartão amarelo. A explicação veio no áudio divulgado pela CBF:
“Para mim, tem um contato com a sola do pé. É um contato, para mim, com intensidade média. É pé com pé, não pega contato pleno na canela”.
Reações após o apito final
Após a partida, o diretor de futebol do Vasco, Admar Lopes, também criticou com veemência a conduta da arbitragem:
“Para vocês também não dizerem que o Vasco só se queixa de arbitragem quando perde. Aquilo que aconteceu hoje foi, na minha opinião, escandaloso. Porque pôs a integridade dos nossos jogadores em risco. Este senhor que veio aqui arbitrar hoje deixou passar três situações claras de expulsão”.
Histórico com o árbitro
A atuação de Gobi reacendeu lembranças negativas para o clube. Em 2023, também em jogo contra o Bahia, o árbitro expulsou o atacante David por um toque no rosto de um adversário, lance amplamente contestado à época.