O Corinthians acumula cinco processos na Fifa e dois recursos perdidos no CAS, com transfer ban em vigor. A situação ganhou novo capítulo nesta semana, com a cobrança do Philadelphia Union pela compra de José Martínez.
Ao todo, as condenações somam cerca de R$ 120 milhões. O bloqueio de registro de atletas vigora desde agosto e já impediu novas contratações, à exceção do atacante Vitinho na última janela.
No caso Félix Torres, a dívida com o Santos Laguna gira em torno de R$ 40 milhões, após juros. A Fifa condenou o pagamento, o CAS rejeitou o recurso e o transfer ban foi aplicado. O clube tentou acordo oferecendo 70% de entrada, mas os mexicanos exigem ao menos 90%.
No processo de Rodrigo Garro, a Fifa determinou o pagamento de US$ 3.612.000, com juros de 18% ao ano sobre parcelas específicas e multa adicional de US$ 722.400. O Talleres contestou o depósito bruto de US$ 4 milhões feito em 2024 e recusou conversar. Em contato com o ge, o presidente Andrés Fassi criticou a postura corintiana.
“O contrato expirou há dois anos. O dano que causaram ao Talleres é irreparável. Eles têm um jogador que vale quatro vezes mais do que o preço pelo qual o vendemos. Eles têm que pagar o que devem.”
Com Matías Rojas, o CAS confirmou cobrança de R$ 41,3 milhões por rescisão após atrasos. Há negociações em andamento, e o clube tem prazo de 45 dias para evitar novo transfer ban. O Shakhtar Donetsk cobra 1,075 milhão de euros pelo empréstimo de Maycon, ainda no CAS. Já o Philadelphia Union tem a receber US$ 1,5 milhão por Martínez; a Fifa condenou, e o Corinthians recorreu.
Financeiramente, o clube não possui dinheiro em caixa para quitar à vista e tenta parcelamentos. Com a janela fechada, a diretoria priorizou outras despesas, enquanto os juros de 18% ao ano seguem correndo em parte das dívidas. A área financeira descarta pedir empréstimo.
“O transfer ban é a primeira medida disciplinar para o caso de descumprimento de decisões que determinem o pagamento de uma dívida pelo Tribunal do Futebol da Fifa. Inicialmente, ele é aplicado por três janelas consecutivas (podendo ser revogado com o pagamento da dívida). Passado esse período, e persistindo o descumprimento, será aplicada a pena de perda de pontos, podendo chegar ao rebaixamento em casos mais graves e reiterados.”