Após a derrota do Palmeiras para o Bahia no domingo (28), na Arena Fonte Nova, o diretor de futebol Anderson Barros saiu em defesa de Abel Ferreira, criticado por Rogério Ceni durante a entrevista coletiva pós-jogo.
As falas de Ceni sobre o estilo de jogo do adversário e o estado do gramado do estádio baiano desencadearam uma forte reação da diretoria alviverde.
O técnico do Bahia declarou que as reclamações de Abel Ferreira sobre o gramado não eram coerentes, afirmando que o campo em más condições, na verdade, favoreceria o Palmeiras. Ceni avaliou que a equipe paulista aposta em jogadas diretas, com ligações entre o goleiro Weverton e os atacantes Flaco López e Vitor Roque.
“Para o Palmeiras, é melhor o gramado ruim, porque eles só fazem ligação direta, quase. A característica do jogo deles é Weverton para Flaco López e depois Vitor Roque, na frente. Para a gente, prejudica mais, porque jogamos desde trás com a bola no chão”.
Além disso, Ceni ironizou o discurso palmeirense sobre risco de lesões. “Sobre lesão, me desculpa, mas para quem joga em gramado sintético reclamar de lesão em gramado natural, aí fica feio. Não é o ideal? Concordo. Mas lesão muscular na conta do gramado é demais”.
Anderson Barros contesta declarações e aponta incoerência
A resposta veio através do diretor do Palmeiras, que classificou as críticas do treinador do Bahia como eticamente problemáticas. Barros destacou que as conquistas recentes da equipe sob o comando de Abel comprovam a qualidade do trabalho, independentemente do estilo de jogo.
“Quanto à crítica do treinador do Bahia sobre a forma como supostamente o Palmeiras joga, não vale perder tempo. Os títulos que o clube conquistou sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho desenvolvido. A declaração do senhor Rogério Ceni entra em uma questão ética complicada e eu acho que ele deveria repensá-la”.
Reclamação formal à CBF e foco na integridade dos atletas
A condição do gramado da Arena Fonte Nova foi o ponto mais polêmico da partida. Ainda no primeiro tempo, os jogadores Lucas Evangelista e Piquerez precisaram ser substituídos com dores.
O Palmeiras informou que enviará à CBF uma reclamação formal a respeito das condições do campo.
“Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. Em momento algum, nós culpamos o campo ruim da Fonte Nova pelo resultado de ontem. Tanto que nós já falamos sobre a qualidade do gramado antes mesmo de a partida começar”, iniciou.
“Não podemos permitir que um jogo de Série A seja disputado em um campo como o da Fonte Nova. Ele não é ruim para o Palmeiras. Ele é ruim para o Bahia, é ruim para os demais clubes, é ruim para os atletas, é ruim para o nosso futebol”, completou.
Citação do passado reforça contradição
O dirigente alviverde também recordou uma fala de Rogério Ceni em julho de 2024, quando o próprio treinador criticou o mesmo gramado da Fonte Nova, após uma derrota do Bahia. Na ocasião, Ceni afirmou: “É preferível ter um gramado sintético do que jogar neste gramado aqui”.
“O próprio treinador do Bahia, que ontem saiu em defesa do campo, disse um ano atrás que era preferível ter um campo sintético a jogar em um gramado sem a mínima condição como o da Fonte Nova. Não fui eu quem falei isso, foi o treinador do Bahia, o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que falou em 2024”, recordou.
Defesa do gramado sintético no Allianz Parque
Por fim, Barros defendeu a escolha do Palmeiras em instalar um gramado artificial no Allianz Parque. Segundo ele, a decisão não visava qualquer tipo de benefício esportivo, mas sim preservar a integridade física dos jogadores.
“[…] A integridade física dos jogadores está sempre em primeiro lugar. Não é por acaso que, desde 2020, quando implementamos o gramado sintético em nossa casa, o Palmeiras é um dos clubes do Brasil com menor número de lesões”.