O clássico entre São Paulo e Palmeiras, disputado no domingo (05 de outubro), no Morumbis, foi marcado por um lance polêmico envolvendo Allan e Tapia. O confronto terminou com vitória alviverde por 3 a 2, mas a não marcação de um possível pênalti gerou intensas discussões entre torcedores, imprensa e analistas de arbitragem.
A jogada em questão ocorreu logo no início do segundo tempo, quando o São Paulo ainda vencia por 2 a 0. Allan, volante do Palmeiras, escorregou dentro da área e atingiu Tapia, atacante tricolor. Apesar do contato, o árbitro Ramon Abatti Abel não assinalou a infração, tampouco foi acionado pelo VAR. A decisão causou indignação por parte dos são-paulinos e também de comentaristas especializados.
Apesar da controvérsia, Abel Ferreira optou por uma postura moderada em sua entrevista coletiva após o jogo. O treinador do Palmeiras afirmou que, em sua visão, o lance não configurou pênalti porque a bola já não estava mais em disputa no momento do choque. Para ele, o contato foi consequência de um escorregão, e não de uma ação deliberada.
“Se em algum momento em que o Allan escorrega a bola estivesse sendo disputada, eu acharia que era pênalti. Mas, se bem me lembro, a bola está longe, não está sendo disputada naquele lance. Portanto, foi sem querer”.
Além de comentar o lance, Abel também criticou a não aplicação do segundo cartão amarelo ao volante Bobadilla, do São Paulo, por falta cometida posteriormente. O técnico português ainda comparou o tratamento dado ao meia Raphael Veiga, que recebeu cartão amarelo na primeira etapa, com o lance envolvendo Bobadilla, cobrando mais uniformidade nas decisões do árbitro.
“Por que deu o amarelo ao Veiga naquele lance e nesse o Allan passa à frente do Bobadilla, o agarra, e não foi dado o segundo amarelo? O árbitro disse que não era assunto meu, e ele está certo, porque eu não sou o árbitro”.
Mesmo assim, Abel evitou ataques à arbitragem e voltou a defender a profissionalização da categoria no Brasil. O treinador reiterou que mudanças estruturais são necessárias para melhorar o nível das decisões dentro de campo.
“Tem que ser um organismo independente, que tenha união entre arbitragem. Segundo: salários mais altos para os árbitros. Terceiro: profissionalização e treinamento. Esta é minha opinião”.
No aspecto técnico, Abel também reconheceu que o time foi dominado pelo São Paulo no primeiro tempo. Segundo ele, as substituições no intervalo foram fundamentais para a reação palmeirense, que culminou na virada.
“No primeiro tempo não vi o meu time. Jogar contra São Paulo, Corinthians e Santos é sempre difícil, eles vêm com faca nos dentes. Foi muito bom conquistar os três pontos, porque na segunda parte fizemos por merecer”.
Com o resultado, o Palmeiras alcançou os mesmos 55 pontos do Flamengo e assumiu momentaneamente a liderança do Brasileirão, por ter mais vitórias.