A temporada de 2025 do Botafogo ficou marcada não apenas pela ausência de títulos, mas também pela inesperada saída do técnico Artur Jorge, que comandou o clube nas conquistas do Campeonato Brasileiro e da Libertadores no ano anterior. O treinador português deixou o comando da equipe ao final de 2024 e assumiu o Al Rayyan, do Catar. Posteriormente, foi reconhecido como o melhor técnico de Portugal na premiação Portugal Football Globes.

Enquanto o ex-treinador recebia homenagens na Europa, a diretoria alvinegra enfrentava dificuldades nos bastidores. John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, revelou publicamente os obstáculos enfrentados na busca por um substituto. Segundo ele, nenhuma das opções cogitadas aceitou o desafio de comandar o clube naquele momento.

“A pressão este ano tem sido grande desde o início. Não tive um mês de descanso. Ganhamos o Brasileirão, ganhamos a Copa Libertadores, mas a situação do técnico foi… um planejamento ruim? Ninguém consegue se preparar para perder um técnico (Artur Jorge) nessas circunstâncias tão bizarras. […] Ninguém queria o cargo”.

O dirigente justificou que evitou divulgar a dificuldade em encontrar um novo treinador para não prejudicar a imagem da instituição. Ainda assim, admitiu que cerca de cinco ou seis nomes foram procurados, mas todos recusaram o convite.

“É melhor eu aceitar as críticas, aguentar as pancadas, porque já estou acostumado. […] Podem falar que foi falta de planejamento, mas ninguém aceitou. Talvez eu não tenha sido persuasivo o suficiente. Não foi falta de planejamento!”, afirmou o empresário.

A turbulência na transição de comando técnico coincidiu com uma queda de rendimento da equipe em campo. Mesmo após uma temporada histórica, o clube não conseguiu repetir o desempenho e segue tentando garantir uma vaga na próxima edição da Libertadores.

Textor avaliou o ano como decepcionante e reconheceu os efeitos das conquistas anteriores na formação do elenco atual: “Ganhamos títulos e metade dos jogadores quis sair. […] É difícil remotivar o elenco”.

Aliás, ao comparar o Botafogo com o Palmeiras, o dirigente ressaltou a importância de um projeto com continuidade e estrutura sólida. Conforme suas palavras, a ausência de uma base forte e de um treinador com permanência prolongada limita a capacidade de manter a equipe competitiva por mais de uma temporada.

Por fim, embora tenha classificado o desempenho como um “fracasso”, o proprietário da SAF descartou qualquer possibilidade de deixar o clube e reafirmou seu compromisso com o futuro do Botafogo.