O Botafogo depende de novos investimentos para manter sua operação financeira em funcionamento a partir de 2026. Pelo menos é o que garante o CEO da SAF do clube, Thairo Arruda, durante uma assembleia extraordinária com conselheiros, realizada na terça-feira (14) na sede social em General Severiano.
Thairo conduziu a maior parte da reunião e abordou diretamente os principais pontos de preocupação dos conselheiros, com foco em temas como governança, controle financeiro e estrutura da dívida.
Segundo o dirigente, os recursos atualmente disponíveis garantem o funcionamento do clube apenas até o fim de 2025, e a continuidade do projeto da SAF em 2026 exigirá um novo aporte estimado em R$ 350 milhões.
Situação de caixa e projeção até o fim do ano
Durante sua fala, o CEO afirmou que o Botafogo não possui saldo em caixa suficiente para cobrir todas as despesas até dezembro. Inicialmente, destacou que o caixa ativo sustentaria o clube apenas até outubro.
Apesar do valores a receber nas próximas semanas, a expectativa é que o exercício de 2025 seja encerrado sem déficit. O cenário para o ano seguinte também permanece indefinido.
Para garantir a sustentabilidade da operação até julho de 2026, segundo Thairo, será necessário que o controlador da SAF, John Textor, faça novo investimento no clube. O aporte citado seria fundamental para manter os compromissos em dia.
Dívida total e estrutura passiva
Ainda segundo o executivo, o Botafogo acumula atualmente uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões. Desse total, R$ 300 milhões correspondem a débitos com o fisco, R$ 330 milhões referem-se a dívidas com outros clubes do futebol brasileiro, e os R$ 70 milhões restantes são obrigações diversas.
Os valores foram atualizados com base no acordo de acionistas firmado após a constituição da SAF.
O detalhamento das dívidas foi um dos pontos centrais da reunião, que teve como objetivo prestar esclarecimentos e reforçar a transparência na condução administrativa da entidade.
Participação do ex-presidente Montenegro
Após a apresentação do CEO, Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo, também se pronunciou. Ele mencionou a oscilação esportiva da equipe ao longo da temporada e defendeu que o clube social mantenha um distanciamento institucional das decisões ligadas ao futebol profissional.
“O clube social tem que se meter o mínimo possível nas questões do futebol”, afirmou ao final da reunião.