O Fluminense divulgou uma nota oficial na quarta-feira (15) em resposta às acusações do pré-candidato à presidência Luis Monteagudo, que denunciou supostos gastos irregulares com o cartão corporativo da atual gestão, comandada por Mário Bittencourt.
A denúncia, publicada em vídeo no perfil “Tricolor de Coração”, no Instagram, também foi encaminhada por Monteagudo ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o pré-candidato, os documentos — recebidos anonimamente — incluem extratos de cartão de crédito, faturas, notas fiscais, e-mails e relatórios internos. Ele afirma que as faturas somam cerca de R$ 4 milhões, com média mensal de R$ 200 mil, e alega ter identificado despesas incompatíveis com a finalidade institucional do clube.
Monteagudo pede apuração de supostos desvios
Em seu pronunciamento, Monteagudo comparou o caso ao recente episódio envolvendo suspeitas semelhantes no Corinthians. Segundo ele, a iniciativa tem como objetivo promover a transparência na gestão financeira do clube.
“Acabei de sair agora do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e fiz o protocolo desta denúncia contra a gestão atual por supostos desvios de finalidade no uso de cartão de crédito corporativo da instituição Fluminense Football Club. Está nas mãos das autoridades competentes”, afirmou.
Fluminense nega irregularidades e aponta “fato político”
Em nota oficial, o Fluminense classificou a acusação como “leviana” e o vídeo como “criminoso”, alegando que todas as despesas são documentadas e correspondem a gastos operacionais necessários à rotina da instituição.
A diretoria citou três exemplos das alegações feitas por Monteagudo:
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A empresa Impacta Play, sugerida como fornecedora de artigos inapropriados, foi identificada como responsável pelo fornecimento de grama e areia para os campos do CT Carlos Castilho.
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A Art List, citada como aplicativo de uso pessoal, é uma plataforma de trilhas sonoras contratada para a produção de conteúdos da FluTV.
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O nome Michele de Souza Paulo, apontado como cartomante, refere-se à representante comercial da Nepo Fitness Soluções, empresa responsável pela manutenção de equipamentos no clube.
O clube reiterou que todos os gastos mencionados no vídeo serão incluídos em um dossiê a ser encaminhado ao Ministério Público, acompanhados de documentos comprobatórios.
Além disso, o Fluminense pretende acionar os canais internos da instituição para apurar a conduta de Monteagudo e buscar reparação judicial por danos à imagem do clube e de seus dirigentes.
“Obter documentos de maneira irregular e divulgá-los de forma espetaculosa em vídeo veiculado em redes sociais, baseado apenas em supostas pesquisas de internet, mancha a honra e a dignidade da instituição”, diz a nota.
Providências jurídicas e administrativas
A diretoria anunciou ainda que as pessoas mencionadas no vídeo ingressarão com ações judiciais por danos morais e solicitarão a investigação sobre supressão de documentos internos — conduta tipificada como crime pelo artigo 305 do Código Penal Brasileiro.
O clube finalizou a nota reafirmando a legalidade de todas as despesas realizadas e rechaçando a tentativa de transformar o tema em “fato político” durante o período eleitoral do clube.
