Dois meses e meio após a eliminação do Botafogo para o Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes, Renato Paiva quebrou o silêncio. Em entrevista à The RGMedia, o português criticou duramente a forma como foi desligado e apontou falhas na conduta de John Textor, dono da SAF alvinegra.
A demissão ocorreu menos de 48 horas após a derrota nas oitavas de final do torneio.
“Ele não teve coragem de fazer isso pessoalmente. No sábado, após o jogo contra o Palmeiras, ele estava comigo, me abraçou e disse: ‘Professor, continue’, e foi isso que eu fiz. Mas no domingo, ordenou a minha demissão. Não teve coragem de me dispensar cara a cara”, afirmou Paiva.
Divergência sobre o estilo de jogo
O estilo adotado por Paiva contra o Palmeiras foi um dos principais motivos apontados por Textor para justificar a saída. O treinador optou por uma postura mais defensiva, semelhante à estratégia utilizada na vitória sobre o PSG, o que não agradou ao mandatário.
“O dono acreditava que o Botafogo não deveria ter sido eliminado pelo Palmeiras. Ele questionou meu estilo de jogo, disse que fui defensivo e acabou me demitindo. Já disse antes e repito: a minha demissão diz muito mais sobre a pessoa que me demitiu do que sobre mim e o meu trabalho”, completou o técnico.
Paiva rebate versão da diretoria
Durante a entrevista, Paiva também contestou a versão oficial sobre sua demissão. Segundo ele, a justificativa de que teria “traído suas convicções” e mudado o plano de jogo não corresponde à realidade.
“Ele afirmou que me demitiu porque eu traí minhas convicções e mudei meu plano de jogo. Isso não é verdade: precisei me adaptar à falta de jogadores e às muitas lesões com as quais estava lidando. Esta é a primeira vez que vou dizer isso: ele demitiu o Renato porque o Renato não traiu suas convicções”, declarou.