A sequência recente de Fabrício Bruno cruzou compromissos pela Seleção e pelo Cruzeiro em cenários extremos. Na terça-feira (9), o zagueiro atuou os 90 minutos na derrota do Brasil para a Bolívia, e já na quinta-feira (11 de setembro), participou da vitória celeste por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, resultado que confirmou a vaga cruzeirense nas semifinais da Copa do Brasil.
Ao fim do jogo da Seleção, uma declaração dele sobre não ter sentido os efeitos da altitude gerou polêmica. Entretanto, após o clássico, o defensor voltou a se manifestar para explicar o que disse e pediu desculpas a quem se incomodou.
“As pessoas me julgam de soberbo, marrento, de ter marra, por eu ser muito sincero. Tenho uma personalidade muito forte, posso pecar por falar muito a verdade, mas mentira eu nunca vou falar. Nunca quis dizer: “ah, 22 jogadores sentiram e eu fui o único que não senti”. Nunca fui esse cara. Corpo, cada um tem o seu, cada um reage de um jeito. Quem não gostou, peço desculpas pelas palavras”, disse.
O zagueiro havia dito, após a derrota da Seleção, que não sentiu os impactos atribuídos à altitude. Depois, ele ampliou as explicações. Fabrício relatou uma semana intensa de treinos com o time nacional e salientou que assumiu a responsabilidade por atuar em sequência. Além disso, ressaltou que buscou cumprir o compromisso com o clube mesmo diante do desgaste.
“Acima de tudo, sempre procurei entregar resultado para o clube. É difícil jogar na altitude, não é fácil, mas, acima de tudo, não poupei hora nenhuma, muito pelo contrário. Sempre procurei entregar resultado onde eu estiver. Na seleção foi assim, uma semana muito intensa de trabalho. E aqui, consequentemente, eu sabia da responsabilidade que tinha”.
Após a partida na Bolívia, a Seleção viajou ao Rio de Janeiro. Na quarta-feira pela manhã, o presidente do Cruzeiro, Pedro Lourenço, enviou um avião fretado para levar o zagueiro a Belo Horizonte; ele iniciou a recuperação no trajeto. No entanto, a sequência exigiu mais. Fabrício descreveu o desafio de atuar em curto intervalo, destacando como percebeu o próprio corpo.
“Para mim, o maior desafio até hoje jogar dois jogos em 48 horas. Talvez, lá na frente, eu vou ter a dimensão disso. Eu, com 29 anos, sou um cara que reconheço o meu corpo, sei até que ponto consigo me entregar o máximo”.
O defensor também frisou que não buscou se exaltar e que se responsabiliza ao afirmar estar bem. Segundo ele, atuar em duas partidas em 48 horas foi desafiador, mas fazia parte do compromisso assumido. Aliás, o zagueiro pontuou que não o fez por egoísmo, e sim por comprometimento com o Cruzeiro.
“Eu trago essa responsabilidade para mim a partir do momento que eu falo que estou bem. Não faço isso para me exaltar, para me gabar. Em hora nenhuma eu faço isso. Se eu falei que estava bem, é porque realmente estava. Então, sem dúvida, foi desafiador jogar dois jogos em 48 horas. Foi desafiador. Que bom que as coisas deram certo, agora é descansar”
Com duas vitórias por 2 a 0, o Cruzeiro eliminou o Atlético-MG e avançou às semifinais da Copa do Brasil. A ida, na Arena MRV, no dia 27 de agosto, teve gols de Fabrício Bruno e Kaio Jorge. Na volta, em 11 de setembro, a Raposa repetiu o placar com um doblete de KJ19 diante de mais de 61 mil torcedores. Classificado, enfrentará o Corinthians nos dias 10 e 14 de dezembro.