Kylian Mbappé, astro do Real Madrid e da seleção francesa, concedeu entrevista ao L’Équipe publicada na quarta-feira (10 de setembro). Ele revisitou a própria trajetória e comentou os bastidores do futebol. No pano de fundo, aparece a saída do Paris Saint-Germain rumo a Madri, episódio que incluiu entrar na Justiça por valores em aberto, segundo o atacante.
Na conversa, o francês adotou tom crítico sobre o ambiente do esporte. Ele disse enxergar diferença entre a paixão pelo jogo e o que acontece fora de campo. Segundo o atacante, o torcedor assiste ao espetáculo sem acessar o que ocorre por trás das cortinas. Entretanto, sua admiração pela vida permanece.
“Sou negativo em relação ao que é o mundo do futebol, mas não em relação à vida. A vida é magnífica. O futebol é o que é. Gosto de dizer que as pessoas que vão ao estádio têm a sorte de ‘apenas’ assistir a um espetáculo, sem saber o que acontece nos bastidores. Honestamente, se não fosse essa paixão, o futebol já teria me dado nojo há muito tempo”.
Além disso, Mbappé relatou que o dinheiro move o futebol e, ao mesmo tempo, traz consequências nas relações pessoais e familiares. De acordo com ele, aumentam os problemas à medida que crescem as cifras. Ele também mencionou falsas amizades e conflitos quando pessoas próximas não percebem as mudanças de vida de um atleta.
O atacante afirmou que não aconselharia um filho a se envolver com os bastidores da modalidade. Ele disse ainda desejar que as crianças da família não nutram interesse pelo esporte, embora reconheça que o jogo tende a permanecer por perto. Aliás, o francês indicou que esse é um dilema comum entre esportistas e figuras públicas.
Mbappé também abordou a saída do PSG. Ele disse que houve a interpretação de que procurava prejudicar o clube, mas sustentou que apenas buscou receber o que considerava devido. Segundo o jogador, o caminho judicial foi o meio identificado para reivindicar seus direitos, sem ressentimentos com a equipe parisiense.
“Pela forma, pareceu que eu queria fazer mal ao PSG. Assinei um contrato de trabalho. Só queria receber. Não tenho nada contra o PSG, amo esse clube, tenho amigos lá. Mas é o único meio de recuperar o que é meu, algo que conquistei com o suor do meu rosto”.