O Corinthians tenta chegar a um acordo com os representantes de Matías Rojas para evitar a imposição de um novo transfer ban. O lado do jogador, inclusive, mostrou-se disposto para negociar as pendências.
A sanção pode ocorrer após a decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS), que condenou o clube ao pagamento de aproximadamente R$ 45 milhões ao jogador. O valor se refere a indenização, salários não pagos e juros acumulados após a rescisão contratual do meia paraguaio.
“Sim, a ideia é justamente encontrar a melhor forma de receber do Corinthians. O PVBT não tem nenhum interesse no transfer ban. O objetivo é achar uma solução para que o pagamento seja feito e evitar isso”, afirmou Rafael Botelho, advogado de Rojas e sócio do escritório PVBT Law.
Tratativas ainda estão em estágio inicial
Apesar do interesse mútuo em evitar nova punição, o Corinthians ainda não apresentou uma proposta formal de parcelamento ou quitação da dívida. A defesa do atleta confirmou que os contatos existem, mas classificou as conversas como embrionárias.
“O Corinthians ainda não apresentou uma proposta formal de acordo ou de parcelamento, mas teremos mais conversas com o clube”, completou.
O clube paulista tem cerca de 45 dias para apresentar uma solução ao jogador. Caso contrário, poderá ser impedido novamente de registrar novos atletas — situação que já enfrenta por conta de débito de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, pela contratação de Félix Torres.
CAS manteve decisão da Fifa
A condenação mais recente representa um desdobramento do processo iniciado após a saída de Rojas. O CAS não apenas confirmou a decisão anterior da Fifa, como também atendeu a um pedido do jogador para reajustar a indenização.
Entenda o caso
Matías Rojas chegou ao Corinthians em 2023, com contrato válido até 2027. Ele foi contratado sem custos de transferência, mas o clube não honrou o pagamento de direitos de imagem e descumpriu cláusulas da renovação contratual firmada em janeiro deste ano.
O descumprimento deu ao atleta, portanto, o direito de romper o vínculo de forma unilateral — o que ocorreu em fevereiro. Na ocasião, a diretoria anterior reconheceu uma dívida de R$ 8 milhões.
A gestão seguinte, no entanto, parcelou esse montante, mas não cumpriu os pagamentos acordados. O jogador recebeu apenas a primeira parcela e acionou a cláusula contratual que previa o encerramento do vínculo e a cobrança integral do valor restante até 2027.
Passivos acumulados preocupam o clube
Além da dívida com Rojas e do processo com o Santos Laguna, o Corinthians enfrenta outras ações na Fifa e no CAS.
O clube já foi condenado a pagar R$ 6,76 milhões ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pelo empréstimo de Maycon, e R$ 23,3 milhões ao Talleres, da Argentina, pela contratação de Rodrigo Garro. Ambas aguardam decisão final da Corte.
A atual situação financeira pode comprometer o planejamento da equipe nos próximos meses, sobretudo diante da restrição de registro de novos atletas em caso de nova punição da Fifa. Por ora, a diretoria busca evitar esse cenário com negociações diretas junto ao estafe do jogador.