O Corinthians enfrenta um cenário financeiro alarmante no futebol internacional. Com a inadimplência envolvendo o volante Charles, junto ao Midtjylland, o clube paulista atingiu a marca de R$ 118,06 milhões em dívidas na Fifa.
As pendências decorrem de atrasos no pagamento de transferências e direitos de imagem e resultaram em sanções graves, como a proibição de registrar novos jogadores.
Abaixo, confira os detalhes dos principais casos:
Félix Torres: mais de R$ 40 milhões
A dívida mais avançada diz respeito ao zagueiro Félix Torres. Em 2024, o Corinthians firmou acordo com o Santos Laguna, do México, para a compra de 80% dos direitos econômicos do defensor por US$ 6,5 milhões, em parcelas.
No entanto, o não pagamento da segunda parcela levou à antecipação do vencimento das demais. A Fifa e o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) condenaram o clube, que hoje deve mais de R$ 40 milhões ao Santos Laguna — já com a aplicação de 18% de impostos.
Como consequência, o Timão sofreu um transfer ban, impedido de registrar atletas. A diretoria espera utilizar receitas da Liga Forte União, previstas para dezembro, para quitar a dívida integralmente, já que os mexicanos não aceitaram parcelamento.
Caso Rojas: R$ 41,3 milhões
Outra pendência de alto valor envolve o meia paraguaio Matías Rojas, que rescindiu seu contrato por falta de pagamento de direitos de imagem. A Fifa determinou o pagamento de R$ 40,4 milhões, reajustado posteriormente para R$ 41,3 milhões.
O clube tem até o dia 7 de outubro para negociar um acordo com o estafe do atleta. Caso contrário, pode sofrer novo transfer ban.
Rodrigo Garro: dívida em disputa judicial
A contratação de Rodrigo Garro, do Talleres, também virou caso judicial. O Corinthians deveria pagar US$ 7 milhões, mas quitou apenas US$ 4 milhões. A diferença gerou condenação na Fifa no valor de US$ 3,6 milhões, com juros de 18% ao ano, além de uma indenização adicional de US$ 722 mil.
O CAS já analisou o recurso, mas ainda não emitiu decisão final.
Dívidas menores, mas preocupantes
Outras dívidas envolvem:
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Maycon (Shakhtar Donetsk) – R$ 6,7 milhões por renovações de empréstimo não quitadas;
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José Martínez (Philadelphia Union) – R$ 8 milhões, após não pagamento da primeira parcela do acordo;
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Charles (Midtjylland) – R$ 6,26 milhões pela última parcela da compra do volante em 2024.
Sanções adicionais e perspectiva
Em alguns casos, além das condenações, a Fifa impôs multas e juros, como no processo com o Midtjylland, que inclui 200 mil euros de penalidade, 12% de juros ao ano e 85 mil euros em custas processuais.
No total, os valores em aberto somam quase R$ 120 milhões, inserindo o Timão em um dos momentos mais críticos de sua história recente no âmbito jurídico e financeiro internacional.