Após ser derrotado pelo Bahia por 1 a 0 no domingo (05), o Flamengo encerrou uma sequência de 12 rodadas na liderança do Campeonato Brasileiro. O resultado, combinado à virada do Palmeiras, custou ao clube carioca a primeira posição na tabela, que com os mesmos 55 pontos dos paulistas ainda fica atrás pelo critério de vitórias (17 a 16).
A partida na Arena Fonte Nova foi marcada por dois cartões vermelhos para os rubro-negros. Danilo foi expulso logo aos 12 minutos do primeiro tempo, e Wallace Yan, que havia acabado de entrar, recebeu dois amarelos em sequência e também deixou o time com um a menos.
O Bahia aproveitou a vantagem e garantiu o triunfo com gol de Willian José ainda na primeira etapa.
Acusações e indignação pública
No pós-jogo, o diretor de futebol José Boto dirigiu críticas à arbitragem brasileira. As declarações não se referiram ao árbitro da partida contra o Bahia, Rodrigo José Pereira de Lima, mas sim à atuação de Ramon Abatti Abel, responsável pelo clássico entre São Paulo e Palmeiras — confronto direto que resultou na perda da liderança rubro-negra.
Segundo Boto, o árbitro catarinense já havia prejudicado o Flamengo no empate com o Cruzeiro na última quinta-feira, e surpreendentemente foi escalado para apitar um jogo decisivo do principal concorrente do clube no campeonato.
“O que acontece em outros campos deixa suspeitas do que se passa por trás. O árbitro, que nos prejudicou, teve como prêmio ir apitar o jogo do nosso rival. E fez o que fez. Alguém tem que vir falar da CBF, tem que vir falar sobre isso”.
Reações institucionais e desdobramentos
Diante da repercussão das polêmicas na 27ª rodada, a CBF afastou tanto Ramon Abatti Abel quanto Lucas Casagrande — árbitros dos jogos São Paulo x Palmeiras e Bragantino x Grêmio, respectivamente — do quadro de atuações até nova avaliação técnica.
O próprio São Paulo protestou contra um pênalti não assinalado e a não expulsão de Andreas Pereira quando ainda vencia o clássico por 2 a 0. O Palmeiras virou o placar e venceu por 3 a 2.
Ainda no domingo, José Boto cobrou transparência da entidade máxima do futebol nacional: “O Flamengo não pode chegar e invadir a CBF, é a CBF que tem que explicar por que os critérios são diferentes, por que o que é falta em um jogo não é falta em outro. A CBF tem que explicar”.
Ao ser questionado sobre possível favorecimento ao Palmeiras, o dirigente foi categórico:
“Basta ver o que se passa. Não estou acusando ninguém, mas isso não me cheira bem. […] Sabemos que temos que melhorar e não fugimos das nossas responsabilidades, mas isso prejudica o esforço dos nossos jogadores. Temos que fazer o nosso, mas não podemos continuar sendo prejudicados e ver nossos rivais sendo beneficiados”.
Próximo compromisso
O Flamengo volta a campo no domingo (15), quando enfrentará o Botafogo pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe ainda não confirmou oficialmente se apresentará um protesto formal à CBF, mas o tema segue em avaliação interna no clube.