A contratação de Saúl Ñíguez pelo Flamengo envolveu negociações intensas e momentos decisivos nos bastidores. O diretor de futebol José Boto revelou que o acerto com o espanhol só foi possível após uma ação rápida que interrompeu a ida do jogador ao Trabzonspor, da Turquia, com quem já havia um princípio de acordo verbal.
De acordo com Boto, o Flamengo agiu nos minutos finais para garantir a chegada do reforço. O dirigente afirmou que retirou Saúl de um voo privado que o levaria à Turquia para finalizar o contrato com o clube europeu.
“Eu tirei o Saúl Ñíguez do voo privado de um clube turco que já tinha como certo. E consegui tirá-lo de dentro de um jato privado que o clube turco tinha disponibilizado”, contou.
A movimentação exigiu atenção constante do dirigente, que relatou ter passado uma noite inteira em claro devido ao fuso horário entre o Brasil e a Espanha.
“Isso me obrigou, logo após um jogo, a ficar a noite toda acordado para conseguir fechar o negócio quase às cinco da manhã do Brasil”, prosseguiu.
O jogador, que estava sem clube após rescindir contrato com o Atlético de Madrid, chegou ao Flamengo sem custos. O vínculo foi firmado após recusa do atleta em seguir com a proposta turca, alegando “motivos pessoais”.
Situação atual do espanhol no clube
Desde sua chegada, o meio-campista disputou 13 partidas pelo Rubro-Negro, contribuiu com uma assistência e se consolidou como titular sob o comando de Filipe Luís, formando dupla com Jorginho no setor central do time.
Na última rodada do Brasileiro, Saúl desfalcou a equipe na derrota por 1 a 0 para o Bahia por conta de dores no tornozelo esquerdo. No entanto, há expectativa para que o jogador retorne diante do Botafogo, no clássico de quarta-feira (15), às 19h30, no Nilton Santos.
Logística complexa em outras negociações
José Boto também comentou sobre outras experiências desafiadoras no mercado, citando a negociação com Emerson Royal. O lateral-direito estava em pré-temporada com o Milan na Malásia, o que obrigou o dirigente a contornar diferenças de horário em busca da finalização dos trâmites contratuais.
“Eu falava com o Furlani, diretor do Milan, em horários completamente diferentes. Eu precisava que ele me enviasse documentos e ele não me atendia, pois estava a dormir. Essas coisas dão um stress enorme, mas agora são sempre histórias boas de contar”.
Segundo o próprio dirigente, a contratação de Saúl foi “a mais difícil” de sua carreira, considerando os desafios enfrentados no curto espaço de tempo e a reviravolta diante da proposta já encaminhada com outro clube.