Nesta sexta-feira (26 de setembro), a Polícia Civil prendeu 11 pessoas em Mato Grosso, durante a Operação Euterpe. As ações ocorreram em Cuiabá e Várzea Grande, com apoio de equipes de Mato Grosso do Sul. Os investigadores apuram um golpe de R$ 250 mil em uma agência de cooperativa, em Campo Grande (MS).
Além disso, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão contra os suspeitos. As investigações apontam que o grupo, autointitulado “Tropa de Cuiabá”, atua em fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. O esquema segue sob apuração.
Segundo as investigações, a facção já aplicou um golpe milionário em jogadores de times da Série A. O delegado Ruy Peral informou que, com dinheiro do crime, o grupo patrocinava músicas de funk para divulgar golpes e recrutar integrantes. A quadrilha também ostentava lucros nas redes para atrair comparsas.
Em junho, a Polícia Civil do Paraná prendeu cinco integrantes ligados ao mesmo núcleo. Na mesma época, polícias de quatro estados cumpriram mandados e localizaram cerca de R$ 700 mil em espécie, em uma caixa de papelão, em Cuiabá.
Depois, os investigadores detalharam a fraude financeira usada contra atletas. Os golpistas usavam documentos falsos para abrir contas em nome de jogadores e solicitar a portabilidade dos salários. As quantias passavam a cair nas contas controladas pela organização.
Na sequência, os criminosos pulverizavam os valores com transferências, saques e compras, dificultando o rastreamento. A investigação identificou beneficiários em Porto Velho e Cuiabá. Entre as vítimas, estão Walter Kannemann, do Grêmio, e Gabriel Barbosa, do Cruzeiro. O defensor perdeu cerca de R$ 400 mil, e o atacante, aproximadamente R$ 800 mil.
Também segundo a Polícia Civil, os bancos, vítimas no processo, ressarciram Kannemann e Gabigol. A Operação Euterpe homenageia Euterpe, deusa da música, e integra o programa Tolerância Zero às Facções Criminosas, do governo de Mato Grosso. Participaram a Delegacia de Estelionato de Várzea Grande e o Garras, da Polícia Civil sul-mato-grossense.
Segundo a polícia, os suspeitos podem responder por fraude eletrônica, uso de identidade falsa, falsificação documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.