O contrato de patrocínio firmado no início de 2025 entre Grêmio, Internacional e a casa de apostas Alfa Bet previa o repasse anual de R$ 50 milhões para cada clube. O vínculo, com duração de três anos, foi anunciado como o maior acordo comercial da história dos dois rivais. Contudo, enquanto o Inter afirma que os valores estão sendo cumpridos dentro do prazo, o Grêmio enfrenta atrasos que já impactam diretamente seu fluxo de caixa.
A patrocinadora deixou de repassar o montante referente ao mês de outubro, conforme informado pela direção gremista. A expectativa é de que os repasses programados para novembro e dezembro também não sejam realizados dentro do cronograma. Como alternativa, o clube pode recorrer a empréstimos com encargos bancários assumidos pela própria Alfa Bet.
Aliás, esse é o primeiro atraso registrado desde o início da parceria, e a direção do Grêmio reconhece que o episódio compromete a organização financeira. De acordo com o clube, o não pagamento levou à postergação do repasse dos direitos de imagem dos atletas. Ainda assim, os valores em aberto deverão ser quitados pela empresa apenas em janeiro de 2026, com a promessa de que os custos desse atraso serão absorvidos pela patrocinadora.
A empresa, por sua vez, optou por não detalhar os motivos da inadimplência. Em nota protocolar enviada à imprensa, limitou-se a dizer: “A Alfa Entretenimento não comenta suas relações comerciais ou cláusulas financeiras com parceiros e clubes. Essa é uma premissa que está na empresa desde o início, quando a mesma iniciou suas parcerias. A Alfa reafirma sua postura de transparência e integridade, sempre pautada pelo cumprimento das normas e seus valores”.
Enquanto isso, o Internacional informou de maneira objetiva que segue recebendo os valores previstos em contrato regularmente. A manifestação colorada ocorre em meio à crescente repercussão do caso, que levanta questionamentos sobre a solidez financeira da patrocinadora.
Embora o Grêmio negue qualquer pedido de antecipação de valores referentes a 2026, o episódio reacende o debate sobre a dependência de receitas fixas para manter o planejamento operacional. Em paralelo, o clube segue com seu calendário esportivo e prepara o retorno de atletas lesionados, como Carlos Vinícius, Cuéllar e Monsalve, que estão em fase final de recondicionamento.
A situação evidencia, sobretudo, a importância de contratos sólidos e previsíveis para a estabilidade financeira dos clubes, especialmente em momentos decisivos da temporada.