A Federação Venezuelana de Futebol sondou a situação de Tite, ex-técnico da Seleção Brasileira e do Flamengo, visando o próximo ciclo da Copa do Mundo. A proposta surgiu após a eliminação nas Eliminatórias, com uma derrota por 6 a 3 para a Colômbia, que selou a saída do então treinador Fernando “Bocha” Batista.

A equipe venezuelana busca reformular seu planejamento após encerrar sua campanha nas Eliminatórias em oitavo lugar, uma posição abaixo da repescagem. Segundo o ge, a diretoria da federação vê em Tite o nome ideal para liderar o novo projeto, e apesar de não haver uma resposta definitiva, o interesse é considerado forte por ambas as partes.

O treinador de 63 anos está sem clube desde setembro de 2024, quando foi desligado do Flamengo. Antes disso, comandou a Seleção Brasileira num longo ciclo de 2016 a 2022. Desde então, seu nome circulou em diversos bastidores do futebol brasileiro — consultas de clubes como Atlético, Internacional, Fortaleza, Santos e Corinthians.

Regresso ao Corinthians

Apesar dos interesses, foi o Corinthians quem chegou mais perto. As partes estavam acordadas quando Tite avisou, no mesmo dia em que era aguardado por dirigentes, que tinha repensado.

Segundo informações da ESPN, o técnico passou por uma crise de ansiedade às vésperas e optou por priorizar cuidados com a saúde mental e física. Seu filho e auxiliar técnico, Matheus Bachi, explicou a situação em um comunicado oficial nas redes sociais.

Situação de Tite no momento

Além das questões emocionais, o treinador ainda tinha uma cirurgia no joelho marcada para última segunda-feira (15) e, por isso, ainda não indicou qualquer sinalização ao interesse venezuelano.

Ainda de acordo com o ge, o técnico não pretende assumir nenhum cargo neste ano. Ao menos foi essa decisão comunicada a representantes de clubes interessados.

Ainda assim, a operação de joelho não representa um empecilho para a Federação Venezuelana, que não demonstra pressa na contratação. Caso Tite opte por não aceitar a proposta, os dirigentes avaliarão um plano B para a sequência do ciclo até o Mundial de 2030.

Nesta segunda-feira (15), Carlo Ancelotti concedeu entrevista a um jornal francês na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Durante a Data Fifa de setembro, o técnico da Seleção Brasileira abordou a Copa do Mundo de 2026, sua adaptação ao país e o futuro da carreira.

Ao tratar dos planos após a Seleção, ele citou a possibilidade de seguir mais tempo no cargo. Além disso, condicionou um retorno ao futebol de clubes a um único destino.

“O único time que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid. Não, acho que isso não vai acontecer. Bem, tenho um contrato de um ano aqui. Depois disso, tudo pode acontecer. Posso ficar por mais dois anos. Ou mais quatro anos. Me preparar para outra Copa do Mundo. Assinei por um ano porque acho que foi a coisa certa a fazer em relação ao próximo torneio. Mas estou muito feliz aqui”, disse.

O italiano, de 66 anos, também tentou reduzir a pressão por título no Mundial. Afinal, comparou a imprevisibilidade da Copa ao que viveu no Real Madrid ao longo de suas passagens pelo clube.

“É uma obrigação tentar. Ninguém tem obrigação de vencer. Quem, no futebol, tem obrigação de vencer? Nem quem se acha o melhor tem. Tantas coisas podem acontecer para mudar o resultado. Fiquei no Real Madrid por seis anos e não ganhei seis Ligas dos Campeões. Ganhei três.”

Ancelotti comentou ainda sua adaptação ao Brasil e elogiou a estrutura de trabalho na CBF. Aliás, destacou a organização do ambiente e o apoio da direção.

“Para mim, é fácil me adaptar. É um ritmo diferente. Preciso me aprofundar na cultura do país, e foi por isso que me estabeleci no Rio. Aqui, encontrei uma Federação muito bem organizada. Do presidente da CBF (Samir Xaud) ao diretor (Rodrigo Caetano), todos são fantásticos e entusiasmados. Trabalhamos em um ambiente excelente e profissional. Vim com meus assistentes, mas não precisei de mais nada. A estrutura é perfeita.”

Contratado a um ano do Mundial, ele soma quatro jogos pela Seleção. Depois do 0 a 0 com o Equador, em Guayaquil, vieram vitórias sobre Chile e Paraguai; entretanto, a equipe perdeu para a Bolívia por 1 a 0, em El Alto, a 4.100 metros. Já os próximos amistosos estão marcados para 10 e 14 de outubro, contra Coreia do Sul e Japão.