O Fluminense apresentou ao Conselho Deliberativo a proposta para transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol e publicou o documento completo no Portal da Transparência. Durante a exposição, foram destacados exemplos de NBA, NFL e MLB para ilustrar como uma gestão empresarial pode elevar o valor de uma marca esportiva. O material detalha governança, investimentos e responsabilidades na estrutura da futura SAF.

A proposta foi apresentada pela LZ Sports, subsidiária da Lazuli Partners. Neste momento, a empresa propõe adquirir 65% da SAF do Fluminense, com aporte inicial de R$ 500 milhões nos dois primeiros anos e assunção total da dívida de R$ 871 milhões. Segundo o clube, a proposta passará por votações entre conselheiros e sócios.

No eixo de governança, o Conselho de Administração é o órgão central. Ele deverá se reunir uma vez a cada mês, sempre que convocado pelo presidente do órgão. Terá oito membros nomeados pelos acionistas, com mandatos de dois anos e possibilidade de renovação. A SAF indicará seis membros e o presidente do Conselho, enquanto a associação indicará dois.

A diretoria da SAF terá, no mínimo, cinco membros, com divisões técnicas. Inicialmente, a formação prevista é: diretor-presidente (CEO), um representante do futebol, um do financeiro, um do jurídico e um do comercial. A nomeação e a destituição caberão ao Conselho de Administração. A diretoria representará a SAF, administrará operações, preparará orçamento e plano de negócios, além das demonstrações financeiras solicitadas.

Já o Comitê de Investimentos será composto por três integrantes da diretoria: diretor-presidente, diretor de futebol e diretor financeiro. A SAF assumirá o futebol masculino, o feminino, as categorias de base e o futsal. Nesta divisão, Xerém ficaria com a empresa. A sede de Laranjeiras e outros imóveis continuam com a associação, com acordo de uso das locações. A associação receberia royalties que começam na casa de R$ 12 milhões por ano.

No plano financeiro, a previsão do valor global do investimento é de R$ 6,9 bilhões em até 10 anos. Entre os aportes obrigatórios, estão R$ 250 milhões na assinatura e outros R$ 250 milhões até 24 meses após o fechamento. Está prevista a obrigatoriedade de R$ 6,4 bilhões em 10 anos, distribuídos em folha salarial, aquisições, formação, CT/Xerém e royalties.

O modelo terá 40 investidores milionários, torcedores do Fluminense, reunidos pela Lazuli Partners. O LZ Sports divulgou 13 nomes: famílias Almeida Braga, Klabin, De Luca, Zitelmann, Esteves, Dantas e Paes; Ricardo Tadeu; membros da família Monteiro de Carvalho; Grupo Apex Partners; Heráclito de Brito Gomes Junior; família Hallack; e Bruno Werneck. Não há um investidor majoritário e definidor para votação.

Todos os investidores concordarão com regras de votação que impedem travamento decisório. O fundo será liderado pela LZ Sports, na figura do sócio Carlos de Barros. Os investidores condicionam a aquisição a uma renegociação com credores. Não haverá distribuição de dividendos até cumprir a obrigatoriedade de R$ 6,4 bilhões e metas, e há cláusula de lockup de cinco anos.

A diretoria tricolor usou exemplos de Golden State Warriors, San Antonio Spurs, New England Patriots e Chicago Cubs para reforçar a ideia de que a SAF pode impulsionar o clube. O plano do fundo é aumentar a folha salarial em 30% já em 2026. A votação entre os sócios ocorrerá somente depois da eleição presidencial do clube. O nome do CEO da SAF não está definido no contrato.

O Fluminense intensificou as discussões para transformar o departamento de futebol em SAF, a partir de uma proposta de compra de ações apresentada por um grupo de investidores. O debate ocorre em meio ao esforço do clube por estabilidade financeira e competitividade esportiva no cenário nacional, com torcedores atentos aos impactos dessa eventual mudança de gestão.

Na segunda-feira (8), a diretoria tricolor apresentou ao Conselho Deliberativo a proposta da gestora LZ Sport, representante de 40 torcedores-investidores. O aporte inicial seria de R$ 500 milhões — R$ 250 milhões na assinatura e o restante em até dois anos — por 65% das ações da SAF. Além disso, a dívida do clube, de R$ 865 milhões, seria assumida pela futura gestão.

Após a vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, Thiago Silva avaliou que o modelo pode oferecer condições para o Fluminense competir com rivais de maior orçamento. Segundo o capitão, a expectativa é de fortalecimento institucional e esportivo, caso a mudança avance. Entretanto, ele ressaltou que a torcida acompanha o processo em “stand-by”.

“Acredito muito que, se vier a acontecer, as pessoas vão vir para poder fazer um Fluminense melhor. Eu, como torcedor, espero que isso aconteça, brigando por títulos mais importantes diante do nosso rival (Flamengo), do Palmeiras, do próprio Botafogo. Enfim, a gente fica nesse stand-by (em espera) e torcendo para que tudo dê certo, independentemente se aconteça a SAF ou não”, disse.

Para o zagueiro de 40 anos, não seria novidade atuar em um clube com dono, pois viveu essa realidade no PSG e no Chelsea. Ele citou exemplos positivos de gestão e destacou a relevância do poder de investimento nessas experiências europeias. Aliás, o defensor comparou esse cenário com o retorno ao Brasil.

“Eu não tive problema em termos de gestão desses clubes, muito pelo contrário. As pessoas pensando no clube em primeiro lugar, em entregar o melhor para o seu torcedor. A condição financeira realmente era muito importante. Na França, era uma diferença absurda e eu, nessa volta para o Brasil, conheci um pouco o lado o contrário (outros clubes com mais dinheiro)”, pontuou o zagueiro.

A proposta prevê compromisso de R$ 6,4 bilhões em dez anos antes de qualquer lucro dos investidores. Segundo o plano, o objetivo é elevar a folha salarial para colocar o Fluminense entre os três principais elencos do país. Além disso, o pacote inclui o futebol feminino, as categorias de base e o futsal, com Xerém sob a empresa e a sede nas Laranjeiras mantida pelo associativo.

O novo CEO ainda não foi escolhido; a tendência indicada é o atual presidente, Mário Bittencourt. Para a SAF avançar, o Conselho Deliberativo precisa aprovar a proposta e, depois, os sócios votam em Assembleia Geral. Já a votação ocorrerá apenas após a eleição marcada para a segunda quinzena de novembro. Não há informação confirmada nas fontes disponíveis sobre prazos adicionais.

Sob o protagonismo de Canobbio e Thiago Silva, o Fluminense se classificou às semifinais da Copa do Brasil após derrotar o Bahia por 2 a 0, na noite da última quarta-feira (10), no Maracanã. O zagueiro, aliás, fez uma partida incontestável dentro de campo, mas causou polêmica fora dele.

Após a partida, o defensor explicou a movimentação que fez para o gol decisivo da partida, de cabeça, nos minutos finais. Ele mencionou Neymar e Lucas Moura como referências que conhecem seus deslocamentos em bolas paradas e destacou a dificuldade dos marcadores para acompanhá-lo quando antecipa a jogada no momento da cobrança.

“Quem me conhece sabe mais ou menos os movimentos que eu faço. Lucas Moura, o Neymar, que devem estar assistindo, eles sabem bem que essa bola quando eu saio é muito difícil de alguém pegar, porque você ganha o teu adversário no contratempo”, disse.

Declaração gera insatisfação

A menção aos ex-companheiros gerou reações na mídia esportiva. Nesta quinta-feira (11), Walter Casagrande criticou a fala do defensor durante o programa UOL News Esporte, do Canal UOL.

O comentarista questionou a citação dos atacantes para explicar o gol, antes de listar os clubes pelos quais o zagueiro atuou e sua experiência.

“O que Neymar e Lucas têm a ver com a história? Gente, tá todo mundo ficando louco! Só os dois conhecem o Thiago Silva? Em quantos times ele jogou? Vários. Milan, PSG, Chelsea, Fluminense… E só o Neymar e o Lucas sabem que ele é perigoso na jogada aérea? Muito oportunismo na entrevista. (…) E eu não levaria o Thiago Silva para a Copa”, protestou.

Elogios do professor

Por outro lado, Renato Gaúcho voltou a elogiar o capitão tricolor após a classificação. O técnico destacou a liderança de Thiago Silva e defendeu que o zagueiro ainda merece disputar uma Copa do Mundo.

“Não gosto de falar de ninguém individualmente, mas me dá prazer ver o Thiago Silva jogar. Foi um monstro de novo, é um líder. Não é problema meu, mas quando falo que ele ainda merece disputar uma Copa do Mundo, não falo à toa. Hoje, ele deu mais uma aula de futebol”, declarou.

Vaga na Copa do Mundo

Depois, Thiago Silva foi questionado sobre a seleção brasileira. Ele afirmou que não fechou a porta para Canarinho e se colocou à disposição de Ancelotti. Além disso, reiterou satisfação por ver seu nome ainda vinculado à seleção, mesmo afirmando que está tranquilo quanto a esse assunto.

“Nunca fechei a porta para a seleção e nunca fecharei. Se o professor Ancelotti, que me conhece bem, quiser contar comigo, pode ter certeza que estarei à disposição. Caso não, já fiz meu papel, entreguei o máximo possível, estou muito tranquilo em relação a isso”, respondeu.