O empresário John Textor, controlador da SAF do Botafogo, voltou a comentar sua trajetória à frente do clube carioca. Em entrevista nesta quarta-feira (08), ao podcast The Added Time, o norte-americano fez um balanço sobre os altos e baixos desde sua chegada ao futebol brasileiro.
Textor também aproveitou para refletir sobre a intensidade das críticas da torcida, além de detalhar os grandes desafios enfrentados ao assumir a administração do Glorioso.
O empresário recordou o ambiente hostil após a derrocada no Brasileirão de 2023, quando o clube desperdiçou uma larga vantagem na liderança e terminou sem o título. O empresário descreveu os protestos como “muito, muito violentos” e afirmou que o cenário brasileiro é mais rigoroso que o europeu em termos de cobrança.
“No ano em que cheguei, o Botafogo havia acabado de subir da segunda divisão. Não havia staff, e apenas três jogadores tinham experiência na elite. Compramos o clube em março de 2022 e a temporada começou semanas depois”, iniciou.
“Sobrevivemos ao rebaixamento naquele primeiro ano e, em 2023, colapsamos no fim da temporada, embora deveríamos ter vencido o título com facilidade. Persisti. Os protestos foram violentos. Se vocês na Europa se acham durões, venham para o Brasil”, afirmou.
Do caos à conquista
Textor também celebrou o sucesso obtido em 2024, ano que classificou como um dos maiores da história do clube. O Botafogo conquistou títulos expressivos, incluindo o Campeonato Brasileiro e a Libertadores, além de representar o país no Mundial de Clubes.
“Levamos um cartão vermelho em 36 segundos no Mundial e jogamos quase todo o jogo com um a menos. Sobrevivemos ao PSG. Foi uma grande oportunidade para todo o Brasil. E, recentemente, o Botafogo foi indicado entre os cinco melhores clubes do mundo na premiação da Bola de Ouro. Foi incrível”, declarou.
Investimentos em meio à crise
O dirigente destacou que sua chegada ao Botafogo se deu em meio a um cenário de escassez estrutural e financeira, assim como ocorreu em outros clubes administrados pela Eagle Football, como o Lyon, da França, e o Crystal Palace, da Inglaterra.
“Todos os clubes com os quais nos envolvemos estavam em algum grau de insolvência. No Lyon, por exemplo, 14 bancos recusaram renovar seus empréstimos. Isso é insolvência. As pessoas não vendem clubes perfeitos. Isso não existe”, apontou.
Mesmo com as dificuldades, Textor acredita que sua gestão gerou resultados expressivos. Ele citou o acesso do Lyon à Liga Europa, a campanha histórica do Crystal Palace na Copa da Inglaterra e, sobretudo, os feitos do Botafogo em 2024.
“Talvez tenhamos vivido o melhor ano dos últimos 120 anos no Brasil. Agora, temos que pensar no que vem a seguir”, completou o empresário.
