A saída de Renato Gaúcho do comando do Fluminense ocorreu por decisão própria logo após o empate por 1 a 1 com o Lanús, na volta das quartas de final da CONMEBOL Sul-Americana, na terça-feira (23). Feito ainda nos vestiários do Maracanã, o pedido pegou jogadores e dirigentes de surpresa.
Apesar de ter anunciado a saída quase meia hora depois do pedido, nos bastidores a decisão não foi acatada de imediato. Isso porque, de acordo com a ESPN, o presidente Mario Bittencourt tentou demover o técnico, que, ainda assim, entregou o cargo na última resposta da coletiva.
Ainda segundo informações, o técnico deixou o Maracanã sem falar com dirigentes, e o clube confirmou a demissão logo depois. O estopim teria sido o incômodo de Renato com vaias, gritos de burro e a interferência da internet no ambiente das arquibancadas — citando críticas a Soteldo.
Reações e questionamentos
O volante Otávio, por exemplo, relatou tristeza e incompreensão diante das vaias ao time e ao treinador. “É como ele falou, é difícil você coloca jogador é vaiado, tira jogador é vaiado, está ganhando é vaiado. A gente fica triste e entende, mas temos que continuar trabalhando”.
E concluiu: “O torcedor tem todo direito, aquilo que ele acha que tem que cobrar, mas tem coisas que a gente fica um pouco decepcionado”.
O capitão Thiago Silva disse que não identificou desgaste no convívio e ressaltou a surpresa com a decisão.
“O convívio estava normal, sem nenhum tipo de desgaste. Uma eliminação, com gritos, a pessoa reage de maneira diferente. Espero que possa sair desse momento, como já saiu de muitas. Renato é um cara do bem, jamais apresentou desgaste com a gente, foi até surpresa escutar esse pedido de demissão. É um momento que temos que assimilar”, disse.
Jogadores do setor defensivo
O lateral-esquerdo Renê atribuiu a situação a uma responsabilidade compartilhada entre elenco e comissão técnica.
“Ele falou o motivo, mas eu prefiro que ele fale da boca dele. Foi algo de surpresa, não esperava por isso, até pelo que a gente vem fazendo. É sempre triste quando troca o comando. A gente tem a nossa parcela de culpa, é a gente que entra em campo”, e completou:
“Ele também tem a dele, mas o sentimento é de tristeza. A gente vai ter que nos reerguer, já temos um clássico no fim de semana, precisamos voltar a vencer”.
O goleiro Fábio afirmou que o grupo mira a sequência de jogos após a decisão do treinador: “É uma situação individual e a decisão que ele tomou, né? A gente tem que seguir já pensando no Botafogo, na próxima partida nossa e jogando em casa, tem que fazer o nosso melhor. Agora a gente tem toda a sequência do Brasileiro até a semifinal da Copa do Brasil”.
E como fica o Fluminense?
Com a mudança, o auxiliar-técnico permanente Marcão vai dirigir o Fluminense de forma interina no clássico de domingo (28), às 16h (horário de Brasília), no Maracanã, pela 25ª rodada do Brasileirão.
Depois, a equipe encara o Sport no dia 01 de outubro, quarta-feira, às 19h, e o Atlético-MG no sábado (04), às 18h30. No Brasileirão, o time é o 8º colocado com 31 pontos.