A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou árbitros, dirigentes do São Paulo e o atacante Vitor Roque, do Palmeiras, por ocorrências relacionadas ao clássico disputado no domingo (05 de outubro), no Morumbis, pelo Campeonato Brasileiro. Ainda não há uma data definida para o julgamento dos casos.
A arbitragem da partida, comandada por Ramon Abatti Abel e com Ilbert Estevam no comando do VAR, foi o principal alvo de críticas do São Paulo. Ambos foram denunciados com base no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata da omissão no cumprimento das regras da modalidade. Conforme a Procuradoria, os profissionais deixaram de agir em três lances questionados: um pênalti de Allan sobre Tapia, uma possível agressão de Gustavo Gómez e a não expulsão de Andreas Pereira após entrada forte em Marcos Antônio.
Como consequência, a dupla poderá ser suspensa por um período de 15 a 120 dias, além de estar sujeita a multa. A Comissão de Arbitragem da CBF também determinou o afastamento dos dois árbitros e informou que ambos passarão por um curso de interpretação de regras.
Paralelamente, o clima no estádio se agravou no pós-jogo. Os diretores são-paulinos Rui Costa e Carlos Belmonte foram citados na súmula da partida por insultarem a equipe de arbitragem no túnel de acesso aos vestiários. A denúncia foi fundamentada no artigo 258 do CBJD, que trata de condutas contrárias à ética esportiva. A pena pode variar entre 15 e 180 dias de suspensão.
De acordo com o documento, a arbitragem registrou as seguintes falas: “Filma ele, a vergonha dele aí, o VAR não veio”, proferida por Belmonte. Já Rui Costa teria dito: “Vai tomar no c*, uma vergonha”. Ambos foram identificados pelo delegado da partida e notificados oficialmente.
O atacante Vitor Roque, por sua vez, também foi denunciado. O jogador publicou em uma rede social uma imagem de um tigre — símbolo que utiliza como marca pessoal — mordendo o pescoço de um veado. A Procuradoria interpretou a publicação como um ato discriminatório, com possível conotação homofóbica, direcionada aos torcedores são-paulinos. O ato se enquadra no artigo 243-G do CBJD, com punição prevista de cinco a dez partidas de suspensão, além de multa de até R$ 100 mil.
A publicação foi apagada pouco tempo depois, mas já havia sido amplamente compartilhada e gerado repercussão negativa entre os torcedores e dirigentes. O clube ainda não se manifestou oficialmente sobre o episódio envolvendo o atacante.
Por ora, o STJD avalia a admissibilidade das denúncias. As decisões sobre eventuais punições devem ser divulgadas nas próximas semanas, após a definição da data para os julgamentos.