Flamengo

Poupar é necessário, competir também

Reduzir a discussão a poupar ou não poupar, como se houvesse uma fórmula certa ou errada, é contornar uma premissa fundamental: a rotação de jogadores e a necessidade de preservar atletas em determinadas partidas é, mais do que uma realidade mundial de um jogo cada vez mais exigente, uma rotina da qual é difícil escapar no futebol brasileiro com seu calendário desafiador. A rodada encerrada neste domingo colocou em ação os cinco clubes do país envolvidos em semifinais de torneios sul-americanos. Houve as mais diferentes soluções, de times totalmente reservas a pouco mexidos. O que uniu quase todos foram os resultados: só o Athletico-PR venceu, repetindo cinco titulares do jogo com o Peñarol.

O Bragantino usou uma equipe totalmente reserva, enquanto o Atlético-MG fez apenas quatro alterações em relação ao time que abriu a semifinal diante do Palmeiras. Os paulistas fizeram seis alterações, enquanto o Flamengo fez sete. Mas com uma radicalização em relação aos demais semifinalistas da Libertadores: os poupados sequer viajaram a Belo Horizonte para o jogo com o América-MG.

Não é possível dizer que Renato Gaúcho venha mantendo no Flamengo o mesmo critério que o rotulou no Grêmio. Neste domingo, comandou no rubro-negro a nona partida que antecedia um confronto importante por uma copa, seja ela a Libertadores ou a Copa do Brasil. Foi a primeira vez que desfigurou o time. Ainda assim, a ideia de preservar os titulares até da viagem pode ter cobrado um preço importante no jogo. E mais: o fato de os principais jogadores terem disputado um jogo-treino na Gávea torna sem qualquer sentido a entrevista do treinador. “Nem sei quantos deles não poderão jogar quarta-feira”, disse Renato, sobre os atletas que permaneceram no Rio. Diego Alves, Isla, Rodrigo Caio, David Luiz, Filipe Luís, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol estiveram em campo no Ninho do Urubu enquanto o time jogava contra o América-MG.

O caso é que, se estabelecer algum nível de rotação de jogadores é uma imposição, o real desafio é outro: colocar em campo times estruturados, organizados e capazes de competir a cada rodada, mesmo com algumas mudanças. E isso o Flamengo não teve em Belo Horizonte. É evidente que as mudanças de tantos titulares tornam mais difícil que se exiba um time sólido, organizado. Mas o fato é que o rubro-negro oscila até com sua equipe principal. E, mesmo com a formação titular, exibe dificuldades estruturais, inclusive em partidas que terminaram em vitórias contundentes.

E, diga-se, o futebol brasileiro é extremamente desafiador nesta tarefa. Os trabalhos de treinadores são curtos, os jogos são muitos e os treinos são escassos. Não é simples a implantação de um modelo de jogo absorvido por todo o elenco e mantido mesmo com times muito modificados.

No Independência, o Flamengo do primeiro tempo tinha imensa dificuldade em sair jogando quando pressionado. Sem encontrar opções de combinações mais curtas, recorreu a um total de 52 passes longos, a terceira maior marca da temporada. E aqui vale uma ressalva: o número é superado pelos 53 passes longos da vitória sobre o Cuiabá e pelos 81 dados num atípico jogo com o Juventude, num campo alagado. Só Willian Arão, que entrava entre os zagueiros para sair jogando, tentou 11 passes longos, o maior número dele desde, justamente, o tal jogo com o Juventude.

Havia pouca fluidez ofensiva com a formação alterada para um 4-1-4-1, com Diego e Thiago Maia dividindo funções de meias. E isto num jogo em que o rival deixava muitos espaços entre as linhas. Sem bola, o Flamengo repetia defeitos de espaçamento e, em Belo Horizonte, marcava especialmente mal pelo lado esquerdo de sua defesa.

O segundo tempo, provavelmente por causa do calor, foi assistindo a um jogo mais aberto e com espaços ainda mais fartos. Apesar do ritmo baixo dos times. Renato recorreu a Michael, aos poucos foi abraçando o jogo de idas e vindas que caracteriza o time, num caos que por vezes tem sido amigo da qualidade técnica rubro-negra. Mas se chamou a atenção o bonito gol de Michael, já no minuto final, foi alarmante a forma como o Flamengo não sustentou o placar.

Não se trata de poupar ou não. Mas de gerir o elenco de forma a ser capaz de competir. Na manhã em que o Renato do Flamengo mais se aproximou do Renato do Grêmio em sua fixação pelas copas, o time deixou pontos importantes no caminho.

Retirado de: Carlos Eduardo Mansur – Globo Esporte

Equipe Gávea News

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  • Toda vez é isso ....queria ver se com os titulares saíssem 2 ou 3 machucados o que os engenheiros de obra pronta iam dizer. ?....A verdade é que torcida modinha quer todo jogo 4 X 0, inclusive na final do mundial. Isso não existe nem no vídeo game, estamos disputando tudo e muito bem, temos que cobrar o time todo em atuações ruins como foi no sábado e não discutir poupar ou não, qualquer time que entrar em campo tem condições de competir em.alto nível, basta entrar com vontade !

  • Boa tarde NAÇÃO RUBRO NEGRO
    Aqui tem muitos torcedores modinhas.mim desculpem,a culpa ñ foi só do RENE,pra mim a culpa é de tds ,inclusive quem deu o primeiro combate foi O MAIA,foi de primeira e tomou um drible e ficou só olhando o cara cruzar.pra cima deles MENGÃO

  • Esse conversa de poupar jogador tá foda, vcs dizem aqui para não sermos viúva de JJ, mas devemos lembrar que em 2019 eram apenas 13 atletas jogando TODOS os jogos com perfeição e qualidade (Estou contando com Diego). Agora que temos um elenco muito mais top, passamos por isso, não dá pra entender, o time precisa de entrosamento, deixa pra rodar e testar jogador no campeonato carioca, aqui é pra valer, coloca os caras pra jogar, pelo amor de Deus, eles ganham pra isso porra.

  • o jogador é um FUNCIONÁRIO do clube... ganha seu Salário MENSAL, e por sinal um salário astrônomo .... então ele, o jogador TEM Q JOGAR conforme as datas dos jogos definido pelas federações q o time está filiado. O normal é um jogo no final semana e um outro jogo no meio da semana e assim sucessivamente. NÃO tem q poupar ninguém, o q poderia fazer é um pequeno rodízio de jogadores. Um funcionário de uma empresa já vem definido em contrato seus dias de jornada de trabalho e descanso.

  • A maioria dos torcedores ainda não entendeu que não perdemos porque o treineiro poupou os titulares.

    Afinal, ontem estavam em campo Gustavo Henrique, Mateuzinho, Arão, Diego, Tiago Maia, Vitinho, Bruno Henrique e Pedro, isto é, um time pra lutar por vitória contra qualquer adversário.

    A diferença é que NÃO TEMOS UM TREINADOR COMPETENTE E CAPAZ DE DAR UM PADRÃO COMPETITIVO A ESSE TIME.

    Temos um boleirão, e quem ouviu o 'papo' dele na parada técnica comprovou. Não mostrou os problemas ou deu orientações táticas aos jogadores, e mais uma vez fomos um bando atacando e um bando defendendo.

    Perdemos a marcação alta, a transição rápida, a posse de bola, a compactação e contra grêmio e ameriquinha ainda jogamos apáticos e de salto alto.

    Assim não dá, é melhor um Barbieri do que um treineiro boleirão .

  • Comentei desde o primeiro tempo que o Renê estava mal demais no jogo. Renato deveria ter colocado o Ramon pra começar jogando, deu no que deu

  • Tinha que ter entrado na etapa inicial era com os caras que entraram no segundo tempo Michael ficar no banco pra Vitinho Andreas Pereira pelo amor de Deus renato já tá virando um Rogério ceni

  • Oq eu acho engraçado nas entrevistas do Renato e q quando ele era técnico do Grêmio ele dizia q o Flamengo tinha a obrigação de ganhar tudo com o elenco q tinha, agora q ele e o técnico do próprio Flamengo ele fala q e difícil manter uma regularidade q todo mundo quer ganhar, pra mim isso já e desculpa para q c as coisas não derem certo mais na frente ele vai dizer mais eu avisei lá trás, eu de verdade não entendo esse cara, e aí fica difícil deixar de ser viúva do j j

  • Culpa do Renato sim, inclusive pela mudança de marcação no jogo aéreo defensivo, trazendo a marcação homem-a-homem. Com Jesus era por zona. O zagueiro ou quem estivesse na área marcava o mais próximo. Esta marcação individual é atrasada e resultou em 2 dos 5 gols nossos na goleada sobre o Grêmio de Renato na Liberta 2019: um de Rodrigo Caio e outro de Pablo Mari.

  • Alguns Torcedores do flamengo são engracados, todo ano quer que o flamengo seja campeao carioca, brasileiro, copa do Brasil e libertadores. Só existe uma chance de aconter isso, se disputar os campeonatos sozinho. Eu sou flamenguista e eu seu q não vamos ganhar tudo todos os anos. Acordem Torcedores chato da porra. Somos bi campeoes brasileiro, porra se ganharmos libertadores e copa Brasil será muito bom a temporada 2021.

    • Cara, teu comentário é sem lógica, claro que com um elenco que temos e que foi montado é prá ganhar tudo, deixa de hipocrisia , Renato é copeiro, quero vê se ele não ganhar a Libertadores e a Copa do Brasil, que por sinal não vai ser fácil, porque o Atlético Mineiro tá mais ajustado que o Flamengo o que que tu vai falar...

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