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Flamengo evita prejuízo de quase 19 milhões de reais

O mercado ilegal de artigos esportivos no Brasil causa um prejuízo bilionário a clubes, fornecedores, revendedores oficiais e consumidores, muitas vezes lesados com produtos semelhantes aos originais e que invariavelmente pagam mais caro em função das falsificações. Só em 2021, o governo deixou de arrecadar R$ 2 bilhões em impostos. Já as empresas do setor arcam com impacto negativo de R$ 9 bilhões, já que 33% do mercado brasileiro neste setor atualmente é ilegal.

Os números são de pesquisa de campo encomendada pela Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice) à Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). O estudo revelou ainda que 50% dos entrevistados que compraram produtos esportivos no ano passado adquiriram pelo menos uma peça pirata. O efeito dessa falsificação e venda em massa de produtos é sentido em todas as pontas da cadeia. E o consumidor, seja torcedor ou praticamente de esporte, acaba pagando a conta.

O diretor-executivo da Ápice, Renato Jardim, explicou que, ainda que a alta tributação sobre essa categoria no Brasil estimule o mercado informal, a pirataria em si traz prejuízo que acaba embutido no preço final.

– O consumidor de produtos originais está pagando a conta desse enorme mercado pirata que temos no Brasil. É preciso também considerar que paga uma conta alta em função de outros fatores, não só da pirataria. Principalmente a tributação. E a tributação alta é uma das origens da alta incidência de pirataria. Mas é claro que a pirataria também traz um custo. As empresas acabam tendo de investir para proteger suas marcas, fiscalização, monitoramento do mercado, cooperar com autoridades, manter advogados especializados, enfim, é uma somatória que resulta em custo, que é embutido no preço dos produtos originais. Além disso, a pirataria reduz a escala de produção e venda dos produtos, e portanto, aumenta o custo – explicou Jardim.

De acordo com o estudo encomendado pela Ápice, no ano de 2021 foram comercializadas mais de 482 milhões de unidades de itens esportivos, dos quais 33% não originais – mais de 157 milhões de unidades falsificadas vendidas. Além disso, 50% dos entrevistados compraram ao menos um artigo não original de produtos esportivos e 17% só compraram peças falsificadas. De acordo com os percentuais, cerca de 40 milhões de brasileiros adquiriram algum item falsificado no ano passado.

Jardim destacou ainda que o combate à pirataria não tem como alvo o “ambulante da porta do estádio”. O diretor da Ápice diz que grandes organizações criminosas se aproveitam de uma legislação branda para usar a pirataria como forma de levantar recursos para custear delitos mais graves.

– É preciso atacar várias frentes. É preciso uma modernização da legislação para trazer maiores consequências aos responsáveis pela prática de pirataria. E aqui não estamos falando do vendedor na ponta. Muitas vezes as pessoas ficam com uma visão romântica de que quando estamos mexendo com pirataria é com aquele ambulante, o camelô do dia de jogo. Aquele ali está sendo explorado, ele precisa de outro tipo de assistência do estado. Está ganhando uma pequena comissão por venda. Há toda uma estrutura criminosa. As organizações criminosas já há alguns anos descobriram a pirataria como meio de levantar recursos para outros delitos mais graves.

Flamengo derruba 50 mil anúncios piratas e evita prejuízo superior a marca de R$ 18 milhões

Apesar de estar crescendo e ser um universo com grande alcance para venda de produtos, falsos ou não, o mercado virtual ainda representa uma parcela pequena do total de produtos esportivos vendidos no Brasil. Em 2021, foram 21 milhões de peças não originais compradas em varejo online, o que significa 13,4% do total, com 136,4 milhões de artigos piratas vendidos no varejo físico.

Já há movimentação de clubes de futebol para barrar a pirataria online de seus produtos, pelos quais recebem royalties. O Flamengo é um dos exemplos do que pode ser feito para evitar o prejuízo milionário da concorrência com artigos falsificados. Desde que começou a ser patrocinado pela plataforma de vendas digital Mercado Livre, o clube montou uma estrutura para combater a pirataria.

E os números são robustos. Além de manter uma pessoa diariamente procurando por esses anúncios de produtos falsos, o Flamengo contratou um escritório especializado nesse monitoramento. O ge apurou que o Mercado Livre já entrou em contato com outros clubes, como o Fluminense, para desenvolver o mesmo tipo de parceria na identificação de anúncios piratas.

O foco principal do Flamengo é a pirataria de produtos falsos, mas de aparência idêntica ao original e vendidos a preços similares, enganando o consumidor que estaria em busca de uma peça oficial. Só em 2021, foram 50.274 anúncios de produtos piratas denunciados e derrubados, sendo 14.740 em redes sociais e 35.534 em “marketplaces”, plataformas como o próprio Mercado Livre. O valor estimado de mercado dos anúncios removidos é de R$ 18.668.622,73. Os perfis denunciados tinham 6.236.098 seguidores no total.

– O trabalho que o Mercado Livre junto com o Flamengo vem fazendo no combate à pirataria vem sendo sentido nas franquias oficiais. Está dando resultado – disse Marcelo Plaisant, diretor da MF Gestão de Franquias, que gerencia os 72 franqueados com 158 lojas oficiais do clube

Retirado de: Globo Esporte

Equipe Gávea News

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