Fluminense

A declaração de Fernando Diniz direcionada ao Fluminense

O Fluminense viveu momentos marcantes sob o comando de Fernando Diniz, especialmente com a conquista da Libertadores de 2023 e da Recopa Sul-Americana de 2024. No entanto, a passagem do treinador terminou de forma negativa, com o clube enfrentando grandes dificuldades no Campeonato Brasileiro de 2024. A equipe amargava a lanterna da competição quando a diretoria decidiu demiti-lo. Diniz deixou o cargo após a 11ª rodada, com apenas seis pontos conquistados, registrando uma vitória, três empates e sete derrotas.

Diniz acredita que evitaria o rebaixamento

Apesar da queda de rendimento, Fernando Diniz garantiu que o time não seria rebaixado caso ele tivesse permanecido no comando. Em entrevista ao Charla Podcast, o treinador afirmou:

“Eu acredito piamente que não ia cair, porque se achasse que ia cair eu pedia para sair. Não quero prejudicar o clube. Eu trabalho muita coisa! No Flu, foi uma conjunção de fatores, né? Que aconteceram… E ninguém tem a resposta precisa. Eu falo pelo que eu acredito. Podia cair? Podia. Mas eu acreditava que não ia cair de jeito nenhum!”.

Queda de desempenho e relaxamento do elenco

Diniz justificou a queda de rendimento do Fluminense apontando uma desmobilização do elenco após a conquista da Libertadores. Para ele, o título representou um marco histórico para o clube e teve grande impacto emocional nos jogadores, o que dificultou a retomada do foco na temporada seguinte. O treinador afirmou:

“A gente pega e ganha a Libertadores, que era um evento descomunal para a história do clube, que mexeu com todos. Não é igual ganhar com o Fluminense, Flamengo, Palmeiras ou Botafogo. Todo mundo trabalha, mas precisava ter muito mais coisa. Não foi com a ajuda de um poder econômico. Como foi com a Unimed em 2008”.

Além disso, ele destacou: “Eu acho que o clube se misturou com a torcida. O fato de ganhar a Libertadores do jeito que ganhou tem uma tendência de trazer para baixo, um amolecimento. No fundo, fica mais difícil para a gente porque os times conhecem mais e a gente se enfraquece em vez de se fortalecer”.

Desfalques e dificuldades

Além do aspecto emocional, Diniz destacou as perdas importantes no elenco. A saída de Nino para o Zenit, da Rússia, e as ausências de André e Arias comprometeram o rendimento da equipe. O treinador enfatizou:

“Tinha que saber estancar a queda para voltar a subir. O Nino foi vendido, o Arias vai para a seleção e o André machuca. Aquele time que deu uma encantada não existia mais. O Fluminense voltou a ganhar quando voltou o André, o Arias e chega o Thiago para o lugar do Nino. Aí o time tem uma sequência positiva”.

Relação com os jogadores

Conhecido por estabelecer fortes laços com seus comandados, Diniz destacou a importância do relacionamento com os atletas. Ele mencionou sua insistência em auxiliar John Kennedy, jogador com histórico de problemas extracampo. O treinador relatou que teve “mais de 50 conversas” com o atacante e buscou formas de mantê-lo focado na carreira.

“Eu conversei com o John Kennedy mais de 50 vezes. Era quase todo dia. Às vezes não fazia, acertava, errava. É um processo de construção. Eu também tenho um limite. Queria ter ajudado mais ele. Quando eu cheguei em 2022, coloquei para jogar, entrou um pouco. Começou a dar problema, coloquei ele no sub-23, depois para o sub-20, e aí eu construí uma ida dele para a Ferroviária. Foi bem no Paulista, voltou, o time estava bem, fui colocando aos poucos e ele foi indo. Vira e mexe ele dava trabalho. Tem uma instabilidade. Precisa de ajuda. Talvez a gente não consiga oferecer a ajuda que ele precisa, mas precisamos nos esforçar”, disse.

Além disso, destacou que até mesmo jogadores experientes, como Marcelo, precisavam de suporte especial para se adaptarem ao estilo de jogo da equipe.

“Todo mundo precisa de ajuda no futebol, o Marcelo também precisava. Precisava se reencontrar, ser aceito do jeito que é, pois ele tem as particularidades dele. Precisava ser ouvido. Ele é um cara que joga mais bola do que futebol. Negócio dele é bola. A gente foi se entendendo. Teve um dia que a gente começou a conversar, estava com sol e terminou à noite. Depois daquele dia ele foi embora. É um cara diferente, não adianta você tratar todo mundo igual”, finalizou.

Henrique Machado

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