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Ídolo do Flamengo, Zico reprova mudança no Brasileirão

Durante um evento em Campinas, o ex-jogador Zico manifestou sua preocupação com o grande número de estrangeiros no futebol brasileiro. Segundo ele, essa tendência tem prejudicado a formação de talentos nacionais, já que os clubes priorizam a contratação de atletas de fora em vez de investir nas categorias de base.

O ídolo do Flamengo citou como exemplo o recente clássico entre Flamengo e Fluminense, no qual nove jogadores estrangeiros estavam em campo. Ele destacou que os principais destaques das equipes brasileiras atualmente são atletas de outros países, o que, segundo ele, demonstra a diminuição da influência dos jogadores nacionais no cenário futebolístico do país.

“O Fla-Flu tinha nove estrangeiros. Os craques de cada time são estrangeiros. O número 10 do Flamengo, do Fluminense, do Corinthians e da maioria dos times brasileiros é estrangeiro. Acabaram os 10 brasileiros”, iniciou.

“Hoje os clubes criam os jogadores desde a base para vender. Não aproveitamos mais aqui. O nosso time de 81, 11 eram da base do Flamengo. Esse é um grande problema para o futebol brasileiro. Precisamos reduzir o número de estrangeiros e trabalhar mais a base. Precisamos formar mais craques brasileiros para jogar nos times brasileiros”.

Zico também criticou a mentalidade dos clubes brasileiros em relação à formação de jogadores. Ele lamentou que os times criem atletas apenas para vendê-los ao exterior, sem que tenham a oportunidade de atuar nos elencos principais. Como comparação, mencionou a equipe do Flamengo de 1981, que contava com 11 jogadores formados na base do clube, algo que, segundo ele, não se repete nos dias atuais.

Além da presença elevada de jogadores estrangeiros, Zico abordou a questão dos técnicos de fora do Brasil. Ele afirmou que a chegada massiva de treinadores estrangeiros também teve impacto no futebol nacional, mas ressaltou que os próprios brasileiros contribuíram para isso. O ex-jogador lembrou que, no passado, técnicos do Brasil levaram seu conhecimento para Portugal, Oriente Médio e Ásia, influenciando diretamente a evolução do futebol nesses lugares.

Outro ponto levantado por Zico foi a falta de exigências para treinadores estrangeiros no Brasil. Ele apontou que, enquanto técnicos brasileiros enfrentam diversas barreiras para trabalhar em outros países, os estrangeiros que chegam ao Brasil encontram pouca ou nenhuma restrição para comandar equipes.

O ex-zagueiro Ricardo Rocha, que também esteve presente no evento, compartilhou da mesma opinião e fez um desabafo sobre a perda de identidade do futebol brasileiro. Ele mencionou que muitos jovens hoje preferem torcer para clubes europeus do que para a seleção brasileira e alertou que essa realidade pode se tornar ainda mais comum caso não sejam tomadas medidas para valorizar os jogadores formados no país.

Paula Silva

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