Ex-presidente do Botafogo tomou atitude nobre com Manga antes de seu falecimento

O ex-goleiro Haílton Corrêa de Arruda, mais conhecido como Manga, faleceu nesta terça-feira (08 de abril), aos 87 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer de próstata. Reconhecido como um dos grandes nomes da história do futebol brasileiro, Manga deixou um legado marcante por clubes nacionais e internacionais, além de sua passagem pela seleção brasileira.

Segundo informações do jornalista João Pedro Fragoso, do ‘O Globo’, Manga estava na casa Retiro dos Artistas, mas foi retirado do local pelo ex-presidente do clube Durcesio Mello. A atitude foi nobre, visto que o ex-goleiro não estava feliz no ambiente.

“Info bacana e pouco falada hoje: Durcesio Mello, ex-presidente do Botafogo, tirou Manga do Retiro dos Artistas porque o ídolo alvinegro estava infeliz lá. A ajuda de torcedores, amigos para leva-lo pra lá foi bacana, mas Manga achava a casa ruim, de difícil acesso e afins. Então, Durcésio, junto com Maristela Eleutério, assistente social do Botafogo, achou um apartamento (acho que em Jacarepaguá) para Manga morar com a esposa, e todo mês o próprio Durcésio fazia o pagamento do aluguel do apartamento. Não tive muitos contatos com Durcésio ao longo da minha primeira passagem como setorista do BFR. Acho que nunca o entrevistei, por exemplo. Mas todos que eu já conversei no clube sempre falaram do coração enorme do ex-presidente. Essa bonita história é só mais um exemplo”, revelou o repórter.

Quem foi Manga?

Natural de Pernambuco, Manga iniciou a carreira no Sport e acumulou passagens por diversos clubes. Atuou por Operário-MS, Coritiba, Grêmio e pelo Barcelona de Guayaquil, no Equador. Contudo, foi principalmente por Botafogo, Internacional e Nacional, do Uruguai, que o ex-goleiro construiu sua trajetória de maior destaque. No clube carioca, defendeu a meta entre 1959 e 1968, tendo conquistado o Campeonato Carioca em duas oportunidades.

No Internacional, Manga escreveu capítulos decisivos na história colorada. Entre 1974 e 1976, venceu três edições seguidas do Campeonato Gaúcho e foi bicampeão brasileiro nos anos de 1975 e 1976. Conforme divulgado pelo clube, “ele jogou a final de 1975 mesmo com dois dedos da mão quebrados”, fato que reforça sua imagem de coragem e dedicação.

Na seleção brasileira, Manga foi titular durante a Copa do Mundo de 1966. Apesar de o Brasil não ter obtido sucesso naquele Mundial, ele dividiu o vestiário com grandes nomes como Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gérson, Zagallo e Jairzinho. No Uruguai, tornou-se ídolo do Nacional, clube com o qual venceu quatro campeonatos e a Libertadores de 1971.

A notícia de sua morte gerou comoção entre torcedores e entidades do futebol. O Botafogo disponibilizou o salão nobre de General Severiano para o velório do ídolo. A Confederação Brasileira de Futebol determinou um minuto de silêncio nas partidas das Séries A e B em sua homenagem.

Por fim, vale destacar que Manga completaria 88 anos no próximo dia 26 de abril, data que, aliás, foi instituída como “Dia do Goleiro” em sua homenagem. Em nota, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou: “É uma tristeza a morte do Manga para todos os torcedores. Ele faz parte da história do nosso futebol e merece todas as homenagens.”