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Abel Ferreira, do Palmeiras, sofre derrota na Justiça

A Justiça de São Paulo determinou o arquivamento da queixa-crime apresentada por Abel Ferreira contra o jornalista Mauro Cezar Pereira. O técnico do Palmeiras havia ingressado com ações judiciais, tanto na esfera cível quanto na criminal, após declarações feitas pelo comentarista durante participação no programa “Canelada”, da Jovem Pan, em 2022. O comentarista afirmou que o português possuía uma “visão de colonizador” ao comentar sobre a formação pessoal dos jogadores brasileiros.

O episódio que motivou a ação judicial remonta a uma fala de Abel, feita após uma partida do Palmeiras, em que o treinador afirmou que atletas do Brasil ainda precisavam melhorar aspectos relacionados à educação e comportamento. A declaração, segundo Mauro, não teria sido a mesma se o treinador estivesse comandando um elenco europeu.

“Não acredito que Abel diria o mesmo se treinasse um jogador europeu”, comentou o jornalista, que considerou a atitude do treinador como exemplo de uma perspectiva colonizadora.

Abel, então, processou Mauro Cezar por calúnia, injúria, difamação e até xenofobia. Entretanto, ao analisar o conteúdo da crítica, a 14ª Vara Criminal de São Paulo entendeu que o jornalista apenas exerceu seu direito à liberdade de expressão, dentro do que é considerado aceitável no campo da crítica jornalística. Conforme a sentença, proferida originalmente em novembro de 2022 e mantida em agosto de 2024, não houve intenção deliberada de ofensa por parte do comentarista.

O juiz responsável pelo caso, Fernando Augusto Andrade Conceição, reforçou esse entendimento. “Não se detectou propósito específico de ofensa”, afirmou o magistrado, enfatizando que o comentário estava inserido no contexto opinativo da atividade jornalística. A promotoria também se posicionou favoravelmente ao arquivamento da denúncia, reconhecendo que a manifestação de Mauro está amparada pela Constituição.

Como resultado da decisão, que coloca fim ao embate judicial, Abel Ferreira foi condenado ao pagamento de R$ 10 mil em honorários advocatícios aos representantes legais do jornalista e da emissora Jovem Pan. O encerramento do processo ocorre em um momento de estabilidade no comando técnico do Palmeiras, com o treinador completando recentemente 200 vitórias pelo clube.

Embora a fala de Mauro tenha causado incômodo na época, o entendimento do Judiciário é de que, no ambiente esportivo e midiático, a crítica — ainda que contundente — é um instrumento legítimo. Assim sendo, a Justiça reconheceu que não houve configuração de crime na manifestação do comentarista, tampouco violação aos direitos de personalidade do técnico alviverde.

Ana Teixeira

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