Atualização sobre a situação de Dudu no Cruzeiro

O atacante Dudu voltou a ser assunto recorrente nos bastidores do Cruzeiro nos últimos dias. Embora tenha retornado aos treinamentos com o elenco principal, o atleta não foi relacionado pelo técnico Leonardo Jardim para a estreia da equipe na Copa do Brasil, marcada para esta quinta-feira (01), às 21h30, contra o Vila Nova.

A ausência na lista de convocados para o confronto é mais um capítulo de uma situação conturbada que envolve o jogador e a diretoria celeste. Conforme apurado, essa já é a segunda vez consecutiva que o atacante fica fora de uma partida, uma vez que também não esteve presente no duelo diante do Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, sequer viajou com o elenco para Uberlândia.

O desgaste se agravou após a perda da titularidade e declarações públicas do atleta, que demonstrou insatisfação com sua situação no time. “Não entendo o motivo que me tirou do time titular”, afirmou o jogador após a derrota para o Palestino, pela Sul-Americana. A postura do camisa 7 não foi bem recebida, e a diretoria, segundo informações de bastidores, ficou incomodada com a conduta considerada inadequada, tanto nos treinos quanto nos jogos.

A princípio, o afastamento havia sido avalizado por Leonardo Jardim após conversa com a cúpula da SAF, comandada por Pedro Lourenço. O próprio dirigente chegou a dizer a torcedores que o atleta seria negociado. Contudo, surpreendentemente, Dudu reapareceu nos treinamentos na quarta-feira (30 de abril), em meio a negociações que seguem indefinidas.

Questões contratuais e financeiras travam definição

O retorno aos treinos não significa reintegração plena. Dudu tem contrato até o fim de 2027, com salário estimado próximo de R$ 2 milhões por mês. A multa rescisória gira em torno de R$ 60 milhões, valor considerado alto tanto para possíveis interessados quanto para o próprio Cruzeiro, que não cogita arcar com a quantia.

De acordo com fontes próximas à situação, o impasse financeiro é o principal entrave para uma resolução. O jogador não aceita sair sem ser compensado financeiramente, argumentando que a decisão de afastamento não partiu dele. Por sua vez, a diretoria resiste à ideia de liberar o atleta e ainda ter de arcar com altas cifras, principalmente diante do interesse de clubes rivais como Atlético-MG e Grêmio.

A situação se tornou ainda mais complexa porque Dudu dificilmente conseguiria, neste momento da carreira, contrato semelhante em termos de salário e tempo de vínculo. Após grave lesão que o afastou dos gramados por quase um ano, ainda no período em que defendia o Palmeiras, o atacante vem tentando recuperar a forma ideal. Em 2025, já disputou 17 partidas com a camisa celeste e marcou dois gols.

Decisão pode ser postergada até a próxima janela

Atualmente, não há urgência para uma definição. Isso porque o atleta só poderá ser inscrito por outro clube a partir do dia 2 de junho, data de abertura da janela de transferências do meio do ano. Assim sendo, o tempo se tornou peça-chave nesse processo, permitindo que o Cruzeiro mantenha o jogador em atividade enquanto monitora possibilidades no mercado.

Em contrapartida, o jogador também se beneficia ao seguir em treinamentos, garantindo ritmo físico e evitando ficar afastado do ambiente competitivo. A manutenção de Dudu no dia a dia do clube evita ainda possíveis complicações judiciais, que poderiam surgir com um afastamento unilateral.

Todavia, qualquer retorno efetivo aos gramados dependerá não apenas do aval técnico, mas também da reconstrução de laços dentro do elenco. Conforme apurado, os episódios recentes foram considerados atípicos e exigirão novo processo de confiança entre jogador, comissão técnica e demais atletas.