Brasil

Nos bastidores, CBF vira refém de Ancelotti

A tentativa de trazer Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira acabou revelando não apenas o fracasso de uma negociação de alto nível, mas também a centralização excessiva das decisões por parte do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Conforme revelado, o mandatário isolou o processo e confiou em intermediários externos, deixando à margem figuras-chave do departamento de seleções, como Rodrigo Caetano e Juan.

O cenário começou a se formar a partir de uma reunião realizada em 4 de abril, quando o presidente anunciou, por meio de um vídeo, que o nome do novo técnico seria conhecido antes da próxima data Fifa, em junho.

“Em breve, anunciaremos o nome do técnico, a tempo de fazer a convocação para os dois jogos das Eliminatórias”, declarou na ocasião. No entanto, a condução do processo ficou restrita a ele próprio, que assumiu pessoalmente o contato com Ancelotti, delegando a atuação no mercado a intermediários sem ligação direta com o futebol.

Enquanto isso, Caetano e Juan foram encarregados de montar relatórios para a futura comissão técnica e passaram a observar jogos em território nacional. Aliás, esses relatórios incluíam análises de treinadores como Jorge Jesus e Abel Ferreira, além de nomes brasileiros. Contudo, nenhum deles foi oficialmente procurado pela entidade até aquele momento, evidenciando a aposta única em Ancelotti.

A ideia era convencer o treinador italiano, sonho antigo de Ednaldo, a assumir o cargo. Contudo, o avanço nas tratativas esbarrou novamente no mesmo obstáculo do ano anterior: o vínculo de Ancelotti com o Real Madrid, válido até 2026. Como não houve diálogo direto com o clube espanhol, a liberação não se concretizou, e o dirigente brasileiro viu-se novamente frustrado.

A dependência criada em torno de uma única opção provocou o que muitos já consideram um erro de estratégia. “Refém de Ancelotti”, Ednaldo ficou sem plano alternativo estruturado. A insistência no nome do italiano enfraqueceu outras possibilidades e comprometeu o tempo hábil para uma decisão mais ampla e participativa.

Ana Teixeira

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