Dívida surreal, aposentadoria de Gabigol e declaração de Léo Jardim: as últimas notícias do Cruzeiro

Declaração de Léo Jardim

A eliminação precoce do Cruzeiro na fase de grupos da Copa Sul-Americana trouxe não apenas frustração para a torcida, mas também um recado claro do técnico Leonardo Jardim. Em entrevista após a partida, Jardim afirmou que o objetivo do clube é disputar a Libertadores, não a Sul-Americana, destacando que os cruzeirenses almejam estar entre os melhores do continente. Suas palavras reforçam a ambição de recolocar o Cruzeiro em um patamar mais elevado nas competições internacionais, deixando claro que o foco agora se volta totalmente para o Campeonato Brasileiro (leia a matéria completa).

Diante da queda no torneio continental, o treinador apontou para a necessidade de focar em uma boa campanha no Brasileirão para conquistar uma vaga na Libertadores de 2026.

Leonardo Jardim ressaltou que o clube está em processo de reconstrução, mas que o nível de exigência permanece alto, visando retomar o protagonismo em competições de maior relevância. Segundo ele, o Cruzeiro não deve se contentar com torneios considerados secundários, reforçando a pressão por bons resultados no restante da temporada.

Além disso, Jardim demonstrou preocupação com o fortalecimento mental do elenco. Mesmo com a eliminação, o treinador tenta transformar a decepção em combustível para buscar melhores desempenhos. A ideia é utilizar a frustração como motivação para o Brasileirão, encarando cada partida como uma oportunidade de provar a capacidade do time e garantir um retorno à Libertadores.

Aposentadoria de Gabigol

Aos 28 anos e com contrato até 2029 no Cruzeiro, Gabigol já começa a planejar sua carreira após pendurar as chuteiras. Em entrevista recente, o atacante revelou o desejo de atuar como CEO, especialmente no futebol feminino. Segundo ele, a intenção é coordenar contratações e fortalecer a integração entre as diversas áreas do clube, inspirando-se no trabalho de Alexandre Mattos no Cruzeiro. “Queria muito fazer isso. Se fosse possível, queria começar no feminino”, afirmou o jogador, destacando seu interesse em contribuir para o crescimento da modalidade (leia a matéria completa).

Gabigol sempre demonstrou proximidade com o futebol feminino. Desde sua chegada ao Cruzeiro, em janeiro, ele acompanhou de perto os treinos da equipe feminina, além de estreitar laços com a atacante Byanca Brasil e com Bárbara Fonseca, executiva do departamento. A relação é vista como um indicativo da seriedade de seus planos futuros, que incluem também interesses em moda e música, mas sem intenção de se tornar treinador.

Embora reconheça que não sabe se a posição de CEO é comum no futebol feminino brasileiro, Gabigol ressaltou que gostaria de estar próximo da comissão técnica e da diretoria para influenciar decisões e contribuir com sua experiência em campo. Caso concretize seus planos, o atacante poderá se tornar um dos primeiros ex-atletas de destaque a assumir um cargo de liderança em um clube de futebol feminino no Brasil.

Dívida surreal

A situação financeira do Cruzeiro se agravou consideravelmente desde a transição da SAF em 2023, quando Pedro Lourenço assumiu 90% das ações, substituindo Ronaldo. Sob a nova gestão, a Raposa intensificou os investimentos no futebol, mas viu suas dívidas dispararem. O passivo total do clube saltou de R$ 903 milhões, em 2023, para R$ 1,31 bilhão em 2024, sendo que a dívida líquida alcançou R$ 981 milhões. Esse aumento expressivo reflete, principalmente, a recuperação judicial da associação civil (R$ 590 milhões) e a aquisição dos centros de treinamento Toca da Raposa 1 e 2, avaliados em mais de R$ 200 milhões (leia a matéria completa).

Apesar do crescimento da receita operacional líquida para R$ 282,7 milhões em 2024, impulsionada por direitos de transmissão, patrocínios, bilheteria e o programa Sócio 5 Estrelas, o Cruzeiro enfrentou um rombo financeiro de quase R$ 170 milhões, com um prejuízo operacional estimado em R$ 112 milhões. As despesas com o futebol profissional dobraram em comparação ao ano anterior, chegando a R$ 395 milhões. Além disso, as dívidas tributárias subiram para R$ 236,7 milhões, um aumento de quase R$ 40 milhões.

Outro ponto crítico foi o montante gasto em contratações, que atingiu R$ 331,9 milhões em reforços, elevando a dívida relativa a esses investimentos de R$ 29 milhões, em 2023, para R$ 183 milhões no final de 2024. Entre os principais nomes adquiridos estão Walace, Matheus Henrique e Kaio Jorge, além de novas contratações recentes que ainda não foram contabilizadas no balanço, como Gabigol, Dudu e Fabrício Bruno. A gestão de Pedro Lourenço, apesar dos avanços nas receitas, enfrenta um desafio monumental para equilibrar as finanças do clube.